Eu tinha 19 anos, recém conhecera minha esposa e o mensalão sequer havia sido descoberto. O mundo era diferente em meados do primeiro semestre de 2005, e seus horizontes, muito mais limitados do que eu poderia imaginar. Então, as coisas começaram a mudar quando li “1984”, de George Orwell. Trata-se de uma das três melhores distopias já escritas, ao lado de Admirável Mundo Novo e Fahrenheit 451, as quais deveriam, todas, ser lidas e debatidas, ainda na adolescência, em casa e na escola, mas não quero, aqui, resenhar a obra. Meu objetivo é apenas refletir sobre a ideia central do livro, formidavelmente condensada na icônica frase de seu protagonista, Winston Smith: “Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro”. Ou seja, liberdade é poder pensar e DIZER a verdade, a verdade verdadeira, real, lógica, uma verdade que apenas poderá ser encontrada de forma igualmente livre. Observem que propositalmente destaquei o verbo DIZER, pois ele corresponde à...
Crônicas, contos, poesias e algo mais. Por RENAN E. M. GUIMARÃES.