Depois de 36 longas horas, enfim cheguei à Porto Alegre, moído de cansaço e com o estômago embrulhado por tantas porcarias consumidas no caminho percorrido de Brasília até minha cidade. Uma verdadeira aventura, cujo trágico destaque foi a presença de um senhor completamente incapaz entre os passageiros. Eu havia entrado no ônibus da empresa Real Expresso há alguns minutos e, enquanto me acomodava em meu assento, vi que um senhor de baixa estatura e aspecto simples se aproximava do seu banco, de n. 27, em frente ao meu. Acompanhado de um suposto sobrinho, instalou-se no lugar e foi orientado a ficar ali até o seu destino, Florianópolis, onde um irmão o esperava. O sobrinho partiu e deixou o seu tio. Minutos após o ônibus partir, o idoso já dava mostras de como seria conturbada a jornada. As luzes comuns internas do veículo se apagaram para a viagem noturna (partimos às 20h30min), mas o homem logo acendeu a sua individual, não para ler, mas para defender-se da escuridão. Ela permane...
Crônicas, contos, poesias e algo mais. Por RENAN E. M. GUIMARÃES.