Pular para o conteúdo principal

PARIR PARA RIR?



http://celebridades.uol.com.br/noticias/redacao/2012/03/01/ter-um-bebe-nao-ira-me-trazer-felicidade-declara-jennifer-aniston.htm


Faço menção à notícia acima para escrever um pouco sobre o que ela representa.

Pergunto aos eventuais leitores quem, em sã consciência, teria um filho para ser feliz? Aposto que, num primeiro momento, todos responderiam que "sim, é lógico", salvo aqueles que se assustariam com o "sã consciência", o qual antecipa a opinião do questionador. Pois bem, a resposta correta, com base na sanidade destacada, é: ninguém.

Como assim? Simples. Apostar que uma criança trará felicidade é muita ingenuidade, afinal, a possibilidade de vir o contrário é muito maior: preocupações, ansiedade, decepções, saudade, tristeza. Sim, tudo isso está embutido no pacote. Claro que, na mesma proporção, podem vir a satisfação, o orgulho, o amor, a alegria. O fato é que nós não somos programados para termos filhos para nos satisfazermos, mas sim para cumprirmos uma função biológica, animal (a reprodução, perpetuação da espécie).

No entanto, há mais. Temos filhos para compartilhar o nosso amor, no caso, um amor que é, ao mesmo tempo, doação e necessidade (como explica C. S. Lewis na sua obra "Os quatro amores"). Sendo nós imagem e semelhança de Deus, que é amor puramente caridoso e cuja natureza é relacional, espelhando-nos nele concluímos que devemos ter filhos para amá-los. E se eles vêm contra a nossa vontade, então vieram para serem amados, independentemente de onde a cegonha os deixar ou do estado em que nos encontremos.

Ninguém pode pensar em ter filhos para ser simplesmente feliz, mas para propagar o amor e tudo o que dele verte. Se a nossa felicidade e alegria individual vêm juntas no pacote, como consequência desse amor, melhor. Mas o amor deve estar no centro, sempre espelhado naquele que o velhinho lá de cima tem com o seu Filho e o Espírito Santo, bem como conosco.

Comentários

  1. Meu amor, mais uma vez usaste de sabedoria e do amor que te recebido de Deus para escrever essas palavras tão bonitas e que nos fazem pensar no verdadeiro sentido de se ter filhos.
    Com certeza teremos os nossos e daremos todo o nosso amor para eles.
    Te amo muito,beijo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

TIA NOECI, HENRIQUE E EU

  Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...

O ÚLTIMO DIA DA MINHA INFÂNCIA

  Eu olhava para eles, e eles, para mim. Não sorriam, mas também não choravam. Apenas aguardavam, resignadamente, pela minha decisão. Estavam todos ali, amontoados no armário cujas portas, naquele momento, eram mantidas abertas. Encarando-os, via-me dividido, pois persistia, em mim, uma certa vontade de dar asas à imaginação e criar mais uma história com meus Comandos em Ação, meu Super-Homem, meu Batman, o Robocop. Porém, paradoxalmente, uma força interior impedia-me de fazê-lo. Sentia-me tímido e desconfortável, mesmo na solidão do meu quarto, onde apenas Deus seria testemunha de mais uma brincadeira . TRRRIIIIMMMM! O chamado estridente do telefone, daqueles clássicos, de discar, quase catapultou meu coração pela boca. De repente, fui abduzido pela realidade e resgatado de meus pensamentos confusos. Atendi. “ Oi, Renan! É o Harry!”, identificou-se meu velho amigo e, na época, também vizinho e parceiro de molecadas na Rua Edgar Luiz Schneider. “ V amos brincar de esconde-e...

DEU MATCH! FELIZES PARA SEMPRE?

  Recentemente, um dado revelou que, desde 2012, a maior parte dos casais dos EUA se conheceu on line. Isso significa que, antes do primeiro encontro, uma série de requisitos listados por cada um deles já se encontrava superado, como aparência, formação intelectual, interesses em comum, distância, renda, religião. Logo, aproximando duas pessoas que deram “match”, o resultado só poderia ser um acerto preciso, não é mesmo? Nem sempre. Na comédia “Quero ficar com Polly” (2004) , o protagonista Reuben ( Ben Stiller ) , um avaliador de riscos de uma seguradora, embora apaixonado por Polly ( Jennifer Aniston ) , trava ao constatar diferenças que poderiam inviabilizar aquele relacionamento, embora os sinais d o seu namoro indicassem o contrário. Por outro lado, Lisa (Debra Messing), sua ex-esposa e que com ele fora infiel em plena Lua-de-Mel, ressurge e, por ser mais parecida com ele, enche-o de dúvidas. Em vez de confiar no seu coração e na sua intuição, ele busca a opinião do seu ...