Crônicas, contos, poesias e algo mais.
Por RENAN E. M. GUIMARÃES.
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MÁSCARAS E LEITE DERRAMADO*
Diga
o que você quer, me diga. Para onde leva a sua estrada? Me diga o que você quer
da vida. Vamos, admita que é estar lá no alto, bajulado com seu terno engomado
e seu sorriso em que nos chama de amados ao mesmo tempo em que fecha gôndolas
de supermercados.
Tire
a máscara que cobre a sua alma e oculta o seu ser e sua visão de poder. Ninguém
quer no comando um bonitinho e falso consciente com desmandos inconsequentes,
um adulto com espírito de criança mentirosa que ilude os que o ceram e os demais para ter sempre mais.
O
importante é ser você. Mesmo que seja um tirano, seja você. Mesmo que seja de
barro, seja você. Sim, um tirano que quer o poder. Isso é você. Sobre
o seu caráter, diga a verdade e o distinga dos que defendem a liberdade. Que
suas palavras sejam honestas com seus atos, pois o que sai de sua boca é traído
pelos fatos, e não seja covarde ao ponto de culpar as crianças por eventuais
fracassos.
Suas
ações autoritárias e desprovidas de verdade macularão infâncias. Tire a máscara
de suas intenções em vez de colocá-las nos rostos das crianças, privando-as de
expressarem seus sentimentos com a face, gerando-lhes insegurança. Tire a máscara
que oculta o ditador que você é ao invés de acostumar jovens de três, quatro,
cinco anos a se calarem, estimulando-lhes um espírito de desconfiança e neles
plantando, sob qualquer ótica, uma timidez patológica.
Mesmo
nesse cenário trágico e do árduo clamor contrário, em vez de chorar sobre o
leite derramado, você certamente dirá, sem remorso e nada assombrado: I had enough of it, but I don’t care.
*Crônica paródia de "Máscara" (Pitty)
Qual a lógica da medida com um gráfico claramente indicando uma melhora? Tire a máscara, governador!
Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...
Eu olhava para eles, e eles, para mim. Não sorriam, mas também não choravam. Apenas aguardavam, resignadamente, pela minha decisão. Estavam todos ali, amontoados no armário cujas portas, naquele momento, eram mantidas abertas. Encarando-os, via-me dividido, pois persistia, em mim, uma certa vontade de dar asas à imaginação e criar mais uma história com meus Comandos em Ação, meu Super-Homem, meu Batman, o Robocop. Porém, paradoxalmente, uma força interior impedia-me de fazê-lo. Sentia-me tímido e desconfortável, mesmo na solidão do meu quarto, onde apenas Deus seria testemunha de mais uma brincadeira . TRRRIIIIMMMM! O chamado estridente do telefone, daqueles clássicos, de discar, quase catapultou meu coração pela boca. De repente, fui abduzido pela realidade e resgatado de meus pensamentos confusos. Atendi. “ Oi, Renan! É o Harry!”, identificou-se meu velho amigo e, na época, também vizinho e parceiro de molecadas na Rua Edgar Luiz Schneider. “ V amos brincar de esconde-e...
“ O melhor pai do mundo é o meu!” Disse ao amigo a criança Que respondeu “ É o meu e não o teu!” E discutiram cada vez mais Sempre exaltando As qualidades Dos seus pais Tinham bons argumentos: Mais forte ou inteligente? Mais prudente ou valente? E assim debatiam Sérios, não sorriam Até que os pais chegaram Um de um lado, o outro, do outro Os filhos para eles correram E cada um lhes disse: “ Você é o melhor pai do mundo”. E os pais sorriram e partiram De mãos dadas com os filhos Afinal, nada mais profundo Do que ouvir aquilo De quem mais importa No mundo. Para não haver dúvidas Escrevo, sem hesitar O melhor pai do mundo é o meu Mas torço para que tu aches A mesma coisa Em relação ao teu. Feliz aniversário, paizão Eu te amo do fundo Do meu coração
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