Pular para o conteúdo principal

O LUGAR ONDE PERTENCEMOS

 


Muitos dos supostos sonhos que temos não são, na verdade, nossos, mas foram criados por elementos externos que o tempo todo nos iludem para que busquemos um lugar ao sol. Porém, será que já não o encontramos?

 A resposta a essa pergunta é o segredo da verdadeira felicidade, e saberemos que ela foi honesta se feita com base na paz, satisfação e segurança a respeito daquilo que se está vivenciando.

 Há paz quando percebemos que a vida é como deveria ser, não num sentido determinista, tampouco comodista, mas reconhecendo-se as consequências de escolhas, o que as guiaram e aquilo que se entende como valoroso.

 A satisfação está na percepção de que os elementos que integram nossas existências, com suas agruras e conquistas, em um contexto de inevitável imperfeição, preenchem nossos espíritos em abundância. Embora sempre possa haver um “algo mais”, a satisfação está em justamente saber que os sacrifícios para obtê-lo simplesmente não valem a pena.

 Por fim, sente-se seguro aquele que tem o máximo de controle sobre a sua vida, e isso é obtido não no melhor e mais estável cargo público, nem no mais fortificado condomínio residencial, mas quando somos bons no que fazemos. A segurança jamais será absoluta, é claro, mas se nos “garantimos”, então saberemos que, em alguma medida, e em vários sentidos, prosperaremos.

 É o caso do herói de Top Gun: Maverick, que, ao ser questionado sobre a razão para, após 30 anos de formidáveis feitos, não se encontrar em outro nível da carreira, responde, com simplicidade: “Eu estou onde pertenço”. Ele sabe no que é bom e, graças a essa paz de espírito e ciente de que nada mais, ainda que sob mais dinheiro e status, poderia lhe dar aquilo que verdadeiramente lhe satisfazia, não só permaneceu fazendo o que dominava com segurança, como evoluiu, revelando-se muito mais relevante, e até mesmo essencial, do que se estivesse encastelado em um cargo de maior prestígio. 

 E você? Está onde pertence? Antes de responder, lembre-se de que, mais importante do que a altura do voo, é ele lhe levar para o lugar certo.

*Imagem: https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2022/05/26/top-gun-maverick-critica/

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A HISTÓRIA DA MINHA VIDA #1: PRÓLOGO

Toda história tem um prólogo. Não é possível imaginarmos que qualquer fato tenha uma origem em si mesmo, sem nenhum motivo anterior. Nem mesmo o universo (e a sua história) vieram do nada: Deus deu o pontapé inicial, e apenas Ele, Deus, não tem uma razão externa para existir, pois é eterno e fora da natureza. Nossa história não começa no nascimento, mas vem de muito antes. Na verdade, seria possível dizer que, caso quiséssemos, sinceramente, elaborar um prólogo fiel de nossas vidas, seria preciso retornar à origem do universo. No entanto, por razões óbvias, se a ideia é criar alguma introdução para a nossa biografia (ou simples livro de memórias), então imagino que o melhor a fazer é limitá-la aos nossos pais, pois são nossas referências biológicas e sociais mais diretas. Minha vida, ou o projeto que se tornaria a minha vida, começou no dia em que meus pais se conheceram, pois ali se encontrava a grande e objetiva propulsão que resultaria, cerca de dez anos depois, no meu enc...

INSPIRAÇÃO, POR ONDE ANDAS?

Como já é possível perceber, estou há muito tempo sem escrever por aqui. Não é apenas por esse canal: eu realmente não mais tenho conseguido palavras para expressar, por meio de textos, meus pensamentos (e garanto que não são poucos!). É interessante que, falando, ou melhor, dialogando com alguém, eu consigo trazer à tona diversas reflexões sobre os mais variados assuntos, mas ultimamente tem sido um sacrifício transportá-las para o "papel".  Estou há poucos dias de férias e resolvi, com o fim de apenas entreter-me, acessar esse meu blog e conferir meus textos antigos. Fiquei impressionado. "Quem é esse que escreve tão bem?", perguntei-me. Sem falsa modéstia, tenho o dom da escrita, ou ao menos tinha, pois parece-me que tal dom "escapou-me pelos dedos", como se o teclado em que digito ou a folha sobre a qual passeia a caneta que venho a empunhar emanassem um sopro de desinspiração, esvaziando a minha mente. "Onde eu estava mesmo...?" é a pergun...

TIA NOECI, HENRIQUE E EU

  Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...