Crônicas, contos, poesias e algo mais.
Por RENAN E. M. GUIMARÃES.
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NOITE FELIZ FORA DAS TRINCHEIRAS
Entre tantos horrores e
traumas, aconteceu na Primeira Guerra Mundial um evento isolado, mas
absurdamente insólito e inspirador. Um fato tão bizarro quanto lindo, e não
seria exagero dizer que se tratou de um verdadeiro milagre de natal, talvez o
maior deles desde o próprio nascimento de Cristo.
A conhecida “Trégua de Natal
de 1914” ocorreu em diferentes partes do front de batalha, e um dos seus mais
famosos armistícios se deu nos arredores de Ypres na Bélgica, quando, na noite
de natal, alemães decoraram suas trincheiras com pinheiros enfeitados e
começaram a cantar, ao que os adversários, no lado oposto, responderam, com
suas músicas. Por vezes, uniam suas canções às do “inimigo”, mas cada um no seu
idioma. A melodia foi o convite para a paz e, assim, ambas as forças baixaram
suas armas e se uniram para lembrar o nascimento de Cristo, com direito a comida,
bebida, louvores e missa ecumênica celebrada simultaneamente por um padre escocês
para britânicos, franceses e alemães.
Isso realmente aconteceu, e esse
episódio foi encenado com muita beleza e sensibilidade no filme “Feliz Natal”,
de 2005, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2006 e disponível na
Brasil Paralelo.
Aquele espírito fraternal,
no entanto, não prevaleceu sobre os objetivos da guerra, e nunca mais houve trégua
como aquela, a qual foi condenada pelo alto comando dos dois polos do conflito.
Como teria sido o mundo, o século XX, se aqueles líderes tivessem se inspirado nas
atitudes de seus guerreiros, que se uniram não só pela paz, mas para celebrar o
nascimento do Príncipe da Paz?
E chegamos a hoje, nesse
contexto de pandemia e eleições, em que brigamos, brigamos muito, e várias
amizades vem sendo “desfeitas”, “restringidas” e “silenciadas”. A fim de não
termos nossos sentimentos feridos, permanecemos entrincheirados. A guerra sem
fim travada na internet, em que tudo o que vemos são mensagens que chegam como
projéteis atirados do outro lado da terra de ninguém das redes sociais, seria piada
para um soldado da Primeira Guerra Mundial, protegido por alguma trincheira de
verdade para escapar de metralhadoras reais que não nos deixariam #xatiados,
mas Mortinhos da Silva e mais furados do que um típico queijo suíço.
No natal, e falo isso não só
para vocês, mas para mim mesmo diante de um espelho, inspiremo-nos naqueles
corajosos soldados para deixar nossas trincheiras e propor uma trégua ou, quem sabe, uma paz definitiva com aquele
familiar ou amigo que lhes feriu ou que por vocês foi ferido. Apenas abaixe as
armas e cante com ele “Noite Feliz” diante do presépio e sob as luzes de seu
pinheiro.
Ontem o dia foi corrido e realmente não deu para fazer a reflexão a partir de um #tbt. Porém, por que não um #fbf (Flashback Friday)? A vida já é dura demais para condicionarmos lembranças a dias específicos da semana! Pois na quarta-feira escrevi sobre símbolos e me inspirei na linda celebração de casamento que fiz na @loja_loveit, entre a @adrianasviegas e o @tales.viegas e, claro, a lembrança da semana, precisava ser a deles. Pra quem não sabe, os dois se conheceram e, mais tarde, iniciaram seu namoro a partir de maratonas, e esse esporte muito tem a ensinar quando se fala em relacionamentos e, claro, matrimônio. Em uma maratona, em meio a confusão da largada, a única certeza é a incerteza acerca do que virá nos primeiros metros ou nos quilômetros finais da prova. Logo nos primeiros passos, é possível que tropecemos em algum atleta que venha a tombar, podemos ficar ansiosos ante a dificuldade em avançar rapidamente, e é difícil prever precisamente qual será o...
Essa tira foi desenhad a por um amigo meu, Rodrigo Chaves, o qual realizou tal trabalho em parceria com outro artista, Cláudio Patto. Acho simplesmente excelente essa série de tiras chamada "High Shool Comics", que trata do cotidiano da vida escolar, sempre com bom humor. Mereceria aparecer todos os dias nos jornais, sem dúvida. Se a visualização não ficou boa, cliquem na imagem. Querem ver mais? Então acessem: http://contratemposmodernos.blogspot.com .
Amanhã é natal, e duas imagens me vêm à cabeça: a do presépio e a do Papai Noel. Claro que a primeira é muito mais importante do que a segunda, mas a nossa cultura está aí e é inevitável pensarmos no barbudinho de vermelho. Quando alimentamos o símbolo do Papai Noel, alimentamos a fantasia, e não se trata de uma fantasia qualquer. As crianças crescem ouvindo sobre ele, o trenó, os duendes, o Polo Norte, a descida pela chaminé e tudo o mais, até que, um dia, vem a aguardada pergunta, o rompimento de uma fronteira do seu amadurecimento, e nada nos resta a não ser dizer a verdade. Lembro-me de quando fiz a pergunta e da tristeza ao ouvir a resposta, recordo-me da reação ainda mais decepcionada e revoltada do meu irmão, e temo por isso quando chegar o momento da revelação para as minhas filhas. Então, por que alimentamos essa fantasia? Tolkien entendia de fantasia. Sem fazer uso de alegorias como as do seu amigo C. S. Lewis, ele queria desenvolvê-la como uma ilustração da Verdade ...
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