Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”.
Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração.
Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos.
Enquanto eu e o Henrique brincávamos, atenta, nos cuidavas, ao mesmo tempo em que a casa tu organizavas, deixando-a perfumada pela tua limpeza e pelo aroma da tua comida, que eu reconheceria no instante em que tocasse minhas narinas, e o sabor, minhas papilas.
E quando eu e o Henrique brigávamos, e ele, teatralmente, se jogava no chão, tu não assumias o lugar de juíza, mas ligava para a nossa mãe, que nos dava, à distância, um merecido sabão. Porém, não nos ressentíamos da tua ação, sábia ao evitar assumir o lugar dos nossos pais para a admoestação, e sábia ao evitar uma impunidade que viciaria nossa educação.
Enquanto eu e o Henrique, e também meu pai, celebrávamos nossos aniversários, nossos parabéns eram adoçados pela tua nega maluca, negrinhos e pudim. Sim, outubro era um mês de festas e delícias, e assim era o teu presente, para sempre lembrado no coração da gente.
Sim, tu eras a nossa secretária, empregada doméstica, babá, cozinheira, faxineira, “governanta”. Santa? Aí é exagero, embora seja grande tua fé. Minha segunda mãe e do Henrique, és, acima de tudo, uma grande mulher, uma baita mulher. Ontem, 30/09/2024, fizeste 70 anos, e eis nossa homenagem, Tia Noeci: te amamos e somos eternamente gratos a ti.
Obrigada meu querido filho do coração como é bom a gente ser lembrada c todo este carinho tudo o que fiz bem ou mais ou menos faria tudo de novo porque tenho muito amor e carinho pra vocês foi uma jornada muito boa na minha vida que deixou boas lembranças uma grande beijo desta tia que guarda vcs no coração
ResponderExcluirTe amamos, tia!
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