Amanhã é natal, e duas imagens me vêm à cabeça: a do presépio e a do Papai Noel. Claro que a primeira é muito mais importante do que a segunda, mas a nossa cultura está aí e é inevitável pensarmos no barbudinho de vermelho. Quando alimentamos o símbolo do Papai Noel, alimentamos a fantasia, e não se trata de uma fantasia qualquer. As crianças crescem ouvindo sobre ele, o trenó, os duendes, o Polo Norte, a descida pela chaminé e tudo o mais, até que, um dia, vem a aguardada pergunta, o rompimento de uma fronteira do seu amadurecimento, e nada nos resta a não ser dizer a verdade. Lembro-me de quando fiz a pergunta e da tristeza ao ouvir a resposta, recordo-me da reação ainda mais decepcionada e revoltada do meu irmão, e temo por isso quando chegar o momento da revelação para as minhas filhas. Então, por que alimentamos essa fantasia? Tolkien entendia de fantasia. Sem fazer uso de alegorias como as do seu amigo C. S. Lewis, ele queria desenvolvê-la como uma ilustração da Verdade ...
Há 100 anos, no dia 19 de outubro de 1923, tu nascias. Tu, uma mulher incrível! Teu nome era Gladys. Um belo nome e bem popular na época. Porém, eu e a maioria dos teus netos sempre te chamamos apenas de Nina. Sempre carinhosa, amorosa e sentimental, reinavas, e muito bem, na tua casa. O vô te tratava como uma rainha: a Rainha Benzinho! Muito dedicada aos filhos e netos, sempre disponível, sempre chamando para o abraço e o aconchego! Pianista profissional, foste professora e deixaste teu legado aos teus alunos! Hoje tem festa no Céu, e aposto que o bolo deve ser ainda melhor do que essa gostosura servida no teu casamento com o vô! Que saudades, Nina! Te amo, te amo, te amo! O teu centenário jamais passaria em branco! Se for para escolher uma palavra para resumir a tua vida, escolho uma que, invariavelmente, ao pronunciá-la, não apenas me recordo de ti, mas ouço a tua voz e o teu jeito de falar, com aquele sotaque bem gaúcho da fronteira, de Quaraí, que nunca perdeste, mesmo morando,...