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VIAGENS NA MAIONESE - A Seleção da República Rio-Grandense na Copa de 2006

PRÓLOGO - A classificação para a copa foi árdua, mas com o time altamente qualificado, chegamos lá em terceiro lugar, empurrando o Equador para a quarta posição, o Paraguai para a repescagem e tirando o Uruguai de outra copa. Durante as eliminatórias, o ataque era formado por Cláudio Pitbull e Christian, dupla entrosada do Grêmio da época, mas com a ascensão de Rafael Sóbis e a explosão de Anderson, tal setor acabou modificado. Havia outras diferenças do time que iniciou as eliminatórias para o que estrearia na Copa do Mundo. No gol jogava André, guarda-redes do Juventude mas que passou grande parte da carreira no Internacional; ao lado de Anderson Polga, na zaga ficava Scheidt; devido à escassez de laterais-esquerdos e aos problemas extra-campo de Chiquinho (de ótima temporada em 2002 e 2003, decaindo a partir de 2004), Roger fazia a posição; à frente de Émerson jogava Fábio Rochemback, que estava em seu auge no Sporting de Lisboa.

A equipe nas eliminatórias:

1 - André
2 - Maicon
3 - Scheidt
4 - Anderson Polga
6 - Roger
5 - Émerson
8 - Fábio Rochemback
7 - Tinga
10 - Ronaldinho
11 - Cláudio Pitbull
9 - Christian

No decorrer das eliminatórias, no entanto, a equipe restou bastante modificada. Bolívar, destaque na Libertadores da América pelo Internacional, ascendeu ao posto de xerife da zaga, desbancando o já veterano Scheidt; Renan, apesar de reserva de Clemer no Inter, tornou-se incontestável na Seleção; Michel Bastos deu à lateral-esquerda o ímpeto ofensivo que inexistia com o quase-zagueiro Roger; Anderson, jovem destaque do Grêmio, afastou completamente Rochemback da equipe; Christian, em decadência técnica às vésperas da Copa, acabou desbancado por Rafael Sóbis, também destaque do Inter na Libertadores daquele ano. Daniel Carvalho, eleito ÀS vésperas da Copa como o melhor jogador da Rússia e destaque do CSKA na Copa da UEFA, tirou a vaga de Pitbull. Assim, a seleção da República Rio-Grandense foi à Alemanha com o seguinte time titular:

1 - Renan (goleiro)
2 - Maicon (lateral-direito)
3 - Bolívar (zagueiro)
4 - Anderson Polga (zagueiro)
6 - Michel Bastos (lateral-esquerdo)
5 - Émerson (volante)
7 - Tinga(volante)
9 - Anderson (meia)
8 - Daniel Carvalho(meia)
10 - Ronaldinho (meia)
11 - Rafael Sobis (atacante)
12 - André (goleiro)
13 - Patrício (lateral-direito)
14 - Naldo (zagueiro)
15 - Scheidt (zagueiro)
16 - Roger (lateral-esquerdo)
17 - Lauro (volante)
18 - Fábio Rochemback (volante)
19 - Marcelo Costa (meia)
20 - Diogo (meia)
21 - Cláudio Pitbull (atacante)
22 - Christian (atacante)
23 - Diego (goleiro)

Técnico: Mano Menezes.

O esquema era um 4-5-1 que variava para um 4-3-3 em situações de ataque, com um meia centralizado (Daniel Carvalho), e dois abertos pelos flancos (Ronaldinho e Anderson), com Sobis na frente.

A seleção, enfim, estava pronta para estrear no mundial!

A COPA

1º JOGO: Inglaterra 1 x 0 RRR (República Rio-Grandense): Nervosa e com muitos jogadores jovens, a seleção acabou derrotada pelo english team.

2º JOGO: Suécia 1 x 3 RRR: Os suecos saíram na frente, mas Rafael Sóbis, depois de ter recebido cruzamento preciso de Maicon, pela direita, empatou, de cabeça, pulando entre dois zagueiros suecos. Ronaldinho e Anderson, de tanto infernizarem a zaga nórdica com suas estripulias, apanharam muito no jogo. O resultado foi a marcação de um pênalti em favor da RRR, convertido por Ronaldinho, e de uma falta da entrada da área, igualmente bem aproveitada pelo mesmo então melhor jogador do mundo.

3º JOGO: RRR 5 X 0 Trinidad e Tobago: Empolgados com a vitória anterior, a RRR massacrou os centro-americanos. Ronaldinho abriu o placar num belo chute de fora da área. Depois de Anderson cruzar da esquerda, Rafael Sobis, de carrinho, ampliou. No início do segundo tempo, Anderson entrou a dribles pela direita e deu um forte chute no ângulo direito do goleiro adversário. Anderson, em dia inspirado, aproveitou um contra-ataque para fazer o seu segundo. Fábio Rochemback, que substituíra o cansado Anderson no fim do jogo, fecharia o placar com um golaço de falta, numa bucha de três dedos, praticamente do meio de campo.

OITAVAS DE FINAL: ALEMANHA 4 (5) X 4 (4) RRR: o fim do sonho, mas em um jogo memorável. Empurrada pela torcida, a Alemanha tratou de atacar furiosamente a RRR. Optando por uma postura por demais defensiva, os riograndenses não conseguiam passar do meio de campo. Assim, não tardou para Klose abrir o placar, de cabeça, aos dez minutos do primeiro tempo. A pressão continuava, e a impressão era que os alemães empurrariam os onze jogadores sul-americanos para dentro do seu gol. Aos vinte e três minutos, Ballack, da entrada da área, ampliou. Mano Menezes, técnico farroupilha, viu que o time precisava mudar. Aos berros, sinalizou que a equipe deveria avançar mais. A resposta foi imediata. Logo na saída de bola, Daniel Carvalho lançou Maicon que deu passe preciso para Sóbis, depois de driblar o goleiro germânico, diminuir. E assim manteve-se o placar até o fim da primeira etapa.

No segundo tempo, a Alemanha não demonstrou aquela empolgação do ínicio do jogo, e isso foi bom para a RRR. Ronaldinho, pela esquerda, pôs a bola entre as canetas do volante que o marcava e fez belo passe para Anderson bater forte, da meia lua da área adversaria. A bola rebateu no travessão e voltou para o próprio Ronaldinho, que não perdoou e fuzilou o gol alemão. Era o empate. A Alemanha acabaria tomada por um inesperado nervosismo, e todas as suas ações eram muito bem anuladas pelos volantes Tinga e Émerson. Foi Tinga que, num contra-ataque, entrou pela direta tabelando com Rafael Sóbis e chutou cruzado e rasteiro, virando o jogo e levando a nação riograndense à loucura. Faixas de "Tinga, teu povo te ama" podiam ser vistas no estádio. Aos 25 minutos da etapa complementar, Rafael Sóbis foi substituído por Christian. O substituto, embora não fosse o mesmo dos mundiais anteriores, ainda estava vivo e na área adversária. Em uma falta batida da direita por Ronaldinho, o centroavante fez de cabeça o quarto gol. O relógio marcava 30 minutos do segundo tempo, e tudo indicava que a vantagem era inalcançável. A RRR tiraria os anfitriões da Copa. No entanto, Mano Menezes resolveu retirar Anderson para a entrada de Fábio Rochemback, e Daniel Carvalho para o ingresso de Scheidt. Seriam quinze minutos com três zagueiros e três volantes. Naturalmente mais recuado, a RRR voltou a ser pressionada pela Alemanha. Podolski, de fora da área, fez um golaço aos 39 minutos. Aos 43, então, o erro fatal: Rochemback, que se encontrava a poucos metros da área que protegia, passou displicentemente para Ronaldinho, que não alcançou a bola que vinha fraca, a qual restou interceptada por Schweinsteiger. O meia deu passe preciso para Klose fazer o segundo dele e deixar tudo inacreditavelmente igual.

Mantido o empate na prorrogação, o jogo foi para os pênaltis.

Os alemães converteram todos, mas a RRR perdeu um, o primeiro, com Bolívar, para fora.

E assim a República Rio-Grandense retornou à casa.

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