Pular para o conteúdo principal

AMIZADES E ÁRVORES

Muitas vezes, temos a terra ideal, a boa vontade, o cuidado, mas nem sempre escolhemos a árvore certa para plantar. A árvore deve estar em consonância com o ambiente. Caso contrário, não perseverará.

No caso das nossas amizades, também é assim. É normal investirmos em algumas pessoas, mas não somos correspondidos. Então, em vez de chorarmos pelos cantos, é hora de virarmos a página e valorizar aqueles que nos valorizam. Isso não significa declarar guerra aos outros, passar a odiá-los ou coisa assim, mas em aceitar que não somos importantes para muitas pessoas, ao mesmo tempo em que somos, e muito, para outras. E muitas destas outras, neste exato momento, estão tendo estas mesmas reflexões sobre mim, por exemplo. Ou seja: é provável que eu não valorize a amizade, o sentimento, o carinho que muitos depositam sobre a minha pessoa.

O fato é que não é fácil aceitar que não somos mais lembrados ou valorizados por aqueles que ainda lembramos e valorizamos. E peço desculpas àqueles para quem não dou a devida atenção, ou de quem me esqueço. Enfim, estou desabafando e não culpando ninguém. A vida é assim, e sei que, com o passar do tempo, é difícil mantermos, rigorosamente, o mesmo círculo de amizades. Os amigos se unem por afinidade, e ela se dá por gostos, times de futebol, formas de pensar, opiniões, lugares onde se vive, cultura, fé em comum e mais uma infinidade de critérios.

Portanto, devemos correr atrás daqueles que nos querem por perto, e não forçar os demais a estarem conosco contra a sua vontade. Nossas amizades, assim como as árvores, devem estar adequadas ao ambiente da afinidade. Caso contrário, regá-las é perda de tempo.

De qualquer forma, trata-se de algo difícil de ser serenamente aplicado. Aceitar mudanças na vida sempre é complicado.










Comentários

  1. Essa é a mais pura realidade: a vida nos atropela num voraz galope!
    O amigo verdadeiro, não só compreende como também perdoa, mesmo não tendo o que perdoar...
    Não existe tempo nem distância que macule esse sentimento tão prazeroso,deve existir sim, e sempre, muita compreensão para quando ouvir:"Não te esqueci,só estou passando por uma fase muito corrida!" responder: "que bom que está tudo bem contigo"!
    Amigos não se culpam!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

TIA NOECI, HENRIQUE E EU

  Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...

O ÚLTIMO DIA DA MINHA INFÂNCIA

  Eu olhava para eles, e eles, para mim. Não sorriam, mas também não choravam. Apenas aguardavam, resignadamente, pela minha decisão. Estavam todos ali, amontoados no armário cujas portas, naquele momento, eram mantidas abertas. Encarando-os, via-me dividido, pois persistia, em mim, uma certa vontade de dar asas à imaginação e criar mais uma história com meus Comandos em Ação, meu Super-Homem, meu Batman, o Robocop. Porém, paradoxalmente, uma força interior impedia-me de fazê-lo. Sentia-me tímido e desconfortável, mesmo na solidão do meu quarto, onde apenas Deus seria testemunha de mais uma brincadeira . TRRRIIIIMMMM! O chamado estridente do telefone, daqueles clássicos, de discar, quase catapultou meu coração pela boca. De repente, fui abduzido pela realidade e resgatado de meus pensamentos confusos. Atendi. “ Oi, Renan! É o Harry!”, identificou-se meu velho amigo e, na época, também vizinho e parceiro de molecadas na Rua Edgar Luiz Schneider. “ V amos brincar de esconde-e...

DEU MATCH! FELIZES PARA SEMPRE?

  Recentemente, um dado revelou que, desde 2012, a maior parte dos casais dos EUA se conheceu on line. Isso significa que, antes do primeiro encontro, uma série de requisitos listados por cada um deles já se encontrava superado, como aparência, formação intelectual, interesses em comum, distância, renda, religião. Logo, aproximando duas pessoas que deram “match”, o resultado só poderia ser um acerto preciso, não é mesmo? Nem sempre. Na comédia “Quero ficar com Polly” (2004) , o protagonista Reuben ( Ben Stiller ) , um avaliador de riscos de uma seguradora, embora apaixonado por Polly ( Jennifer Aniston ) , trava ao constatar diferenças que poderiam inviabilizar aquele relacionamento, embora os sinais d o seu namoro indicassem o contrário. Por outro lado, Lisa (Debra Messing), sua ex-esposa e que com ele fora infiel em plena Lua-de-Mel, ressurge e, por ser mais parecida com ele, enche-o de dúvidas. Em vez de confiar no seu coração e na sua intuição, ele busca a opinião do seu ...