Crônicas, contos, poesias e algo mais.
Por RENAN E. M. GUIMARÃES.
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SOBRE ESCROTOS E BURROS
O que é um “escroto”? Biologicamente
sabemos, claro, mas a palavra, quando utilizada como ofensa, tem o sentido de dizer
que alguém tem não só um caráter torpe, mas que o expressa publicamente de
forma repugnante e vil. Um escroto é, em resumo, um babaca em uma potência
elevada, que pisa nos outros com o simples intuito de fazer mal ao seu alvo a
fim de se elevar, não em nome de algo virtuoso, mas dos seus interesses
viciados e do seu ego corrompido.
Uma pessoa burra, por sua
vez, é aquela que, por mais que se exponha à verdade e ao conhecimento, por
mais que ouça os mais persuasivos argumentos, mantém-se inerte, empacada como o
próprio animal que a homenageia, fazendo-o não com base em contra-argumentos,
mas em uma resistência desprovida de lógica. O verdadeiro burro não é o que cognitivamente
não entende a verdade, mas que se nega deliberadamente a enfrentá-la com
argumentos a fim de demonstrar que a tal “verdade” que lhe é apresentada se
trata, em sentido de contrário, de um engano.
Pois Paola Carosella, famosa
por ter integrado por anos os jurados do programa Masterchef Brasil, revelou,
em um podcast, que não se relaciona com eleitores de Jair Bolsonaro porque eles
são “escrotos ou burros”. Na onda dessa polêmica recente, desenterraram outra,
ainda pior, quando a argentina descrevia, com orgulho, a estratégia imoral e
antiética utilizada para comprar seu restaurante de seus então sócios-investidores.
Na época, ela revelou ter boicotado seu próprio negócio para desvalorizá-lo e,
assim, ter condições de comprá-lo de seus antigos parceiros.
Então, quem é burro e
escroto? Se a celebridade realmente acredita em suas palavras e sinceramente
acha que milhões de pessoas que discordam de sua visão de mundo se reduzem a
isso, sabemos quem, de fato, tem a mente empacada. Agora, se há uma certeza é de
que é escroto quem não só admite, mas se orgulha de ter passado a perna em quem
nela acreditou, e que, por anos, humilhou, em rede nacional, com uma arrogância
desprezível, dezenas de esforçados trabalhadores.
Enfim, não sei se servem criadillas no seu restaurante, mas se o
fizessem, garanto que seriam a cara da chef.
Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...
Eu olhava para eles, e eles, para mim. Não sorriam, mas também não choravam. Apenas aguardavam, resignadamente, pela minha decisão. Estavam todos ali, amontoados no armário cujas portas, naquele momento, eram mantidas abertas. Encarando-os, via-me dividido, pois persistia, em mim, uma certa vontade de dar asas à imaginação e criar mais uma história com meus Comandos em Ação, meu Super-Homem, meu Batman, o Robocop. Porém, paradoxalmente, uma força interior impedia-me de fazê-lo. Sentia-me tímido e desconfortável, mesmo na solidão do meu quarto, onde apenas Deus seria testemunha de mais uma brincadeira . TRRRIIIIMMMM! O chamado estridente do telefone, daqueles clássicos, de discar, quase catapultou meu coração pela boca. De repente, fui abduzido pela realidade e resgatado de meus pensamentos confusos. Atendi. “ Oi, Renan! É o Harry!”, identificou-se meu velho amigo e, na época, também vizinho e parceiro de molecadas na Rua Edgar Luiz Schneider. “ V amos brincar de esconde-e...
Recentemente, um dado revelou que, desde 2012, a maior parte dos casais dos EUA se conheceu on line. Isso significa que, antes do primeiro encontro, uma série de requisitos listados por cada um deles já se encontrava superado, como aparência, formação intelectual, interesses em comum, distância, renda, religião. Logo, aproximando duas pessoas que deram “match”, o resultado só poderia ser um acerto preciso, não é mesmo? Nem sempre. Na comédia “Quero ficar com Polly” (2004) , o protagonista Reuben ( Ben Stiller ) , um avaliador de riscos de uma seguradora, embora apaixonado por Polly ( Jennifer Aniston ) , trava ao constatar diferenças que poderiam inviabilizar aquele relacionamento, embora os sinais d o seu namoro indicassem o contrário. Por outro lado, Lisa (Debra Messing), sua ex-esposa e que com ele fora infiel em plena Lua-de-Mel, ressurge e, por ser mais parecida com ele, enche-o de dúvidas. Em vez de confiar no seu coração e na sua intuição, ele busca a opinião do seu ...
Muito bom o teu artigo. Verdade verdadeira!
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