Casar
é lindo! Enfim, homem e mulher deixam a casa de seus pais para se tornarem uma
só carne. Deus, amor, companheirismo, amizade, paciência, confiança, humildade,
fidelidade e sexo são princípios imprescindíveis para que um relacionamento
conjugal seja bem sucedido.
O grande bônus de um casamento, sem
sombra de dúvidas, é a possibilidade de aplicarmos de forma intensa todos os
amores projetados por Deus e perfeitamente classificados por C. S. Lewis como a
afeição, a amizade, o eros e a caridade, o que nos aproxima de nosso Pai
Querido e geram frutos sempre bons, ainda que as adversidades tentem dizer o
contrário. A “pessoa certa”, a dita “mulher das nossas vidas”, é a ideal para
isso, e encontrá-la e, o que é melhor, passar o resto de nossos dias ao seu
lado, com a felicidade sendo regada pelas bênçãos das alegrias e as lições da
tristeza, sempre de maneira mútua, com certeza é um presente de Deus. Todavia,
casar implica em um ônus. Ou melhor: dois.
O primeiro deles é o fim de boa
parte de nossa liberdade. Na verdade, aqueles que já namoram há mais tempo já
perderam uma severa porção das penas de suas asas, e ainda que alguns queiram
arrotar o contrário, poucos escapam desta realidade. É evidente que
sacrificamos esse naco de liberdade em prol da convivência e dos frutos a serem
gerados por meio do amor semeado pela realidade do casal, e é fato que, assim como
nós passamos a voar não mais como pássaros, mas como pandorgas, nossas sereias
também abandonaram o oceano onde nadavam para se divertirem no lago límpido,
belo e incomparavelmente cristalino criado pelos nossos relacionamentos. Mas o
casamento é uma machadada na nossa liberdade e, por mais que queiramos nos
iludir do contrário, agora homem e mulher, como diz a Bíblia, passam a ser um
só, e nunca mais seremos livres como antes. E antes que algum “galo” cocorique contra essa afirmação dizendo que com ele “é diferente”, já aviso que é pura ilusão:
a liberdade do casado não passa de um “livramento condicional” e sem previsão
de extinção de punibilidade, ou seja: a liberdade plena não mais voltará, o que não é um desastre, considerando o que se ganha em troca, mas trata-se de uma constatação necessária.
O outro ônus é a atucanação. Não
importa o que aconteça: a mulher, por mais maravilhosa que seja, não vai cansar
de apitar no ouvido do marido durante a vida conjugal. Ela dirá que a privada
está imunda pelo nosso uso indevido; que o fosso está entupido e transbordando
merda; que a porta está quebrada; que nossas cuecas estão sujas e que elas não
as lavarão; que precisa de carona até a esquina; que é preciso pregar alguma
estante na parede; que a churrasqueira tem que estar acesa para quando o povo
chegar para o rango; que o cachorro cagou pelo pátio inteiro e que nós estamos a
um mês sem recolhê-los, embora tenhamos prometido fazê-lo enquanto ela limpava
o resto da casa; que só queremos saber de futebol, enquanto elas querem assistir à novela... . Elas incomodam, mas não podemos deixar de admitir que nós também, embora por outros motivos.
De todo modo, os ônus são apenas parte de um
relacionamento e extremamente necessários para, justamente, tornarem forte e
resistente o amor, em todas as suas variações, existente entre o casal.
Todavia, eles não podem ser o núcleo do casamento, aquilo que o determina, mas
um mero detalhe cotidiano e inevitável que deve ser sombreado, sempre, pelos
princípios básicos antes falados. É como uma linda flor que precisa ser regada
diariamente, a fim de evitar que pereça ante os incômodos mútuos, que não podem se tornar maiores do que de fato são, criados por
ambos os cônjuges.
Tá!
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