Não me lembro com exatidão dos detalhes da primeira vez em que assisti a um jogo do Grêmio das arquibancadas do Olímpico. Recordo-me de que o adversário vestia vermelho e preto, e que o estádio estava lotado. Meu pai diz que a partida foi contra o Flamengo, e que terminou empatada. Ele não sabe dizer exatamente o ano, tampouco o campeonato.
Esse jogo me marcou por dois motivos: primeiro, porque foi a minha primeira ida a um estádio de futebol; segundo, porque aprendi a velha regra do "quem vai ao ar, perdeu o lugar".
O ingresso adquirido pelo meu pai não deve ter sido dos mais baratos, afinal, assistíamos à partida das cadeiras e, pelo que me recordo, nossa localização era mais central do que lateral, embora eu não negue a possibilidade desta minha lembrança ter sido deturpada pelo tempo. De qualquer forma, tudo o que lembro deste jogo foi que, em um momento, estávamos confortavelmente sentados, e em outro, nos encontrávamos de pé, escorados na parede, ao fundo de todas as demais cadeiras. Havia um cabeludo sem camisa e mais alguém esparramados nos lugares outrora ocupados por mim e meu pai. Eu, sinceramente, não me lembro por que raios abandonamos nossos lugares, mas é provável que eu tenha querido esvaziar a bexiga, e meu pai, não querendo expor-me ao risco de mijar-me nas calças, não hesitou em acompanhar-me até os sanitários.
O fato é que assistimos ao jogo de pé, embora tenhamos pago por um lugar nas cadeiras. Meu pai diz que o estádio estava lotado, logo, concluo que venderam mais ingressos do que o número de lugares oferecidos pelo Olímpico.
Meu pai ainda tentou usar da minha inocência infantil para persuadir o cabeludo descamisado a ceder o lugar que era meu (ou do meu pai). Eu fui até ele, cutuquei-o no ombro e disse, com minha imponente voz moldada por pregas de quatro anos de idade:
- Posso sentar aí?
Ele olhou para mim, sorriu e, como resposta, voltou-se, outra vez, para o campo. Voltei para o meu pai, encostei-me nele e, de pé, encostado na parede, assisti ao resto da partida. Mas foi divertido.
E foi assim que eu aprendi que sempre temos que ir ao banheiro antes de começar o jogo, pois a dança das cadeiras é cruel em dia de estádio lotado.
Esse jogo me marcou por dois motivos: primeiro, porque foi a minha primeira ida a um estádio de futebol; segundo, porque aprendi a velha regra do "quem vai ao ar, perdeu o lugar".
O ingresso adquirido pelo meu pai não deve ter sido dos mais baratos, afinal, assistíamos à partida das cadeiras e, pelo que me recordo, nossa localização era mais central do que lateral, embora eu não negue a possibilidade desta minha lembrança ter sido deturpada pelo tempo. De qualquer forma, tudo o que lembro deste jogo foi que, em um momento, estávamos confortavelmente sentados, e em outro, nos encontrávamos de pé, escorados na parede, ao fundo de todas as demais cadeiras. Havia um cabeludo sem camisa e mais alguém esparramados nos lugares outrora ocupados por mim e meu pai. Eu, sinceramente, não me lembro por que raios abandonamos nossos lugares, mas é provável que eu tenha querido esvaziar a bexiga, e meu pai, não querendo expor-me ao risco de mijar-me nas calças, não hesitou em acompanhar-me até os sanitários.
O fato é que assistimos ao jogo de pé, embora tenhamos pago por um lugar nas cadeiras. Meu pai diz que o estádio estava lotado, logo, concluo que venderam mais ingressos do que o número de lugares oferecidos pelo Olímpico.
Meu pai ainda tentou usar da minha inocência infantil para persuadir o cabeludo descamisado a ceder o lugar que era meu (ou do meu pai). Eu fui até ele, cutuquei-o no ombro e disse, com minha imponente voz moldada por pregas de quatro anos de idade:
- Posso sentar aí?
Ele olhou para mim, sorriu e, como resposta, voltou-se, outra vez, para o campo. Voltei para o meu pai, encostei-me nele e, de pé, encostado na parede, assisti ao resto da partida. Mas foi divertido.
E foi assim que eu aprendi que sempre temos que ir ao banheiro antes de começar o jogo, pois a dança das cadeiras é cruel em dia de estádio lotado.
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