E chegamos a outubro. Enquanto
essa época primaveril nos traz, por aqui, o colorido das flores, no Hemisfério
Norte, de onde importamos o Halloween, é outono, quando as folhas das árvores murcham,
secam e precipitam. Lá, a natureza chama desesperança, pois as longas e frias
noites de inverno se aproximam. Então, pra brincar com esse clima, que tal um
pouco de terror?
Quando lemos um livro ou
assistimos a um filme, geralmente visamos entretenimento ou edificação. A
edificação envolve aprender e crescer como pessoa. Se o entretenimento vem
junto, melhor. Acontece que nem sempre a diversão precisa nos elevar, certo? Às
vezes queremos apenas desopilar. Mesmo assim, quando buscamos qualquer distração
despropositada, o que instintivamente almejamos são sensações animais. Histórias
de ação nos injetam adrenalina; suspense, curiosidade; comédia, risos; eróticas,
excitação; horror, repulsa; e terror, medo.
Enquanto os quatro primeiros
gêneros nos dão sensações boas que se tornam ruins apenas se deturpadas, os últimos
dois já nos deixam mal por simplesmente serem o que são. Agora, por que lemos e
assistimos ao horror e ao terror? Sadomasoquismo?
A música “Daniel na Cova dos
Leões” (Legião Urbana), embora não tenha nada a ver com o assunto, apresenta um
verso cujo jogo de palavras é incrível: “E esse teu medo de ter medo de ter
medo (...)”. Pois isso é o que nos leva a buscar o entretenimento no terror e o
horror: não é a busca pelo medo ou repulsa, mas a superação do medo de encarar
algum medo. A jornada pelas páginas sombrias de um livro assustador ou as
tenebrosas horas durante aquele filme de arrepiar não é um fim em si mesmo, mas
um desafio em que, ao final, nos sentiremos, apesar de toda sensação ruim, vencedores
por termos ido até o final, e melhores ainda se a história tiver sido bem
construída e com uma conclusão surpreendente.
E aí? Bora encarar
um medinho? Então confira a live de
hoje na @fraternidadedeescritores (Instagram), às 19h30min, pra falarmos mais sobre isso. Não
precisa ter medo, viu?
Imagem: https://www.vittude.com/blog/medo-como-superar/
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