Pular para o conteúdo principal

MORTAL KOMBAT PARA A VIDA

 


Finalmente, depois de um bom tempo, assisti ao novo filme do Mortal Kombat. A franquia de games, que brigou com Street Fighter, sem direito a friendship, pelo topo do mercado nos anos 90, patinou na década seguinte, até que, no início dos anos 2010, ganhou fôlego, especialmente com o reboot da mitologia. A fim de agradar ao público que cresceu na onda dessa ascensão, o novo filme foi produzido e lançado. Porém, como todo remake, a comparação com o original é inevitável.

O primeiro, de 1995, continha, para a época, bons efeitos especiais, e surfou um pouco na onda (já decadente) dos filmes de torneios de artes marciais como os estrelados por Jean Claude Van Damme. Porém, não se limitou a isso. Com um roteiro bem feito, dramatizado, heroico e, o que é melhor, com aquele toquezinho de sabedoria oriental e doses calibradas de humor, é excelente para aquilo que se propôs, e qualquer admirador de filmes de ação, fã ou não dos jogos, poderia curti-lo e, inclusive, levá-lo para a vida.

Sim, Mortal Kombat, de 1995, traz várias lições para a vida, ao contrário do de 2021, que é mera pancadaria vazia, violência repugnante e enredo fraco. Claro, há aqueles que dirão que esse último seria mais fiel ao jogo (reboot), e que sua dinâmica, especialmente os “fatalities”, se mostrariam adaptações mais adequadas à ideia da franquia. Respeito essa opinião e, sinceramente, até concordo um pouco com ela. 

A obra noventista, por sua vez, ousa ao buscar dar um sentido, uma profundidade filosófica ao filme que, além de não estragar o entretenimento, o enriquece, o que se torna ainda melhor no roteiro bem feito, permeado por diálogos interessantes e acessível para qualquer um, inclusive dosando o sangue na medida certa. É um programa divertido para a família e que nos eleva.

Portanto, a fim de não ser superficial, iniciarei a série “Mortal Kombat para a Vida” em que abordarei esses ensinamentos que, até hoje, ecoam em meu espírito e, talvez, no de vocês. Serão três crônicas, em princípio, mas não nego a possibilidade de brotarem outras nesse meio tempo. Aguardem!



*Imagem:  https://gamehall.com.br/21-anos-depois-como-esta-o-elenco-de-mortal-kombat-o-filme/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TIA NOECI, HENRIQUE E EU

  Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...

O ÚLTIMO DIA DA MINHA INFÂNCIA

  Eu olhava para eles, e eles, para mim. Não sorriam, mas também não choravam. Apenas aguardavam, resignadamente, pela minha decisão. Estavam todos ali, amontoados no armário cujas portas, naquele momento, eram mantidas abertas. Encarando-os, via-me dividido, pois persistia, em mim, uma certa vontade de dar asas à imaginação e criar mais uma história com meus Comandos em Ação, meu Super-Homem, meu Batman, o Robocop. Porém, paradoxalmente, uma força interior impedia-me de fazê-lo. Sentia-me tímido e desconfortável, mesmo na solidão do meu quarto, onde apenas Deus seria testemunha de mais uma brincadeira . TRRRIIIIMMMM! O chamado estridente do telefone, daqueles clássicos, de discar, quase catapultou meu coração pela boca. De repente, fui abduzido pela realidade e resgatado de meus pensamentos confusos. Atendi. “ Oi, Renan! É o Harry!”, identificou-se meu velho amigo e, na época, também vizinho e parceiro de molecadas na Rua Edgar Luiz Schneider. “ V amos brincar de esconde-e...

DEU MATCH! FELIZES PARA SEMPRE?

  Recentemente, um dado revelou que, desde 2012, a maior parte dos casais dos EUA se conheceu on line. Isso significa que, antes do primeiro encontro, uma série de requisitos listados por cada um deles já se encontrava superado, como aparência, formação intelectual, interesses em comum, distância, renda, religião. Logo, aproximando duas pessoas que deram “match”, o resultado só poderia ser um acerto preciso, não é mesmo? Nem sempre. Na comédia “Quero ficar com Polly” (2004) , o protagonista Reuben ( Ben Stiller ) , um avaliador de riscos de uma seguradora, embora apaixonado por Polly ( Jennifer Aniston ) , trava ao constatar diferenças que poderiam inviabilizar aquele relacionamento, embora os sinais d o seu namoro indicassem o contrário. Por outro lado, Lisa (Debra Messing), sua ex-esposa e que com ele fora infiel em plena Lua-de-Mel, ressurge e, por ser mais parecida com ele, enche-o de dúvidas. Em vez de confiar no seu coração e na sua intuição, ele busca a opinião do seu ...