Crônicas, contos, poesias e algo mais.
Por RENAN E. M. GUIMARÃES.
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É PRECISO MAIS QUE SOBREVIVER*
Quem
espera que a vida só há com imunização, já deve estar maluco, há meses na
solidão. Sim, devemos ter cuidado, pois ninguém quer morrer, mas é preciso mais
que sobreviver.
Você
diz: “fique num cantinho, não saia do lugar. Leia livros, tome vinho, não vá em
ninguém encostar. Se há tratamentos precoces, não lhe cabe escolher. Só a
vacina faz sobreviver”.
Tudo
bem, me arrisco na vacina, da Índia, Rússia ou China, qual sua recomendação? Agora
diga de onde veio tornar minha casa uma prisão? De um país fechado e com poder,
onde é do jeito do partido, ou o partido dá um jeito em você?
É
preciso mais que sobreviver. Veja os passarinhos batendo asas pelo ar. Livres e
sem máscaras, voando pra lá e pra cá. E na TV tantos insistem que logo, logo é
você, que, se não se cuidar, do vírus vai falecer.
Mas
só isso não é viver. É preciso ser livre pra viver, e só há liberdade se ao
menos podemos o que pensamos falar. Minha visão pode ser errada, talvez as
máscaras devam seguir sendo usadas, mas o que me assusta é que, mais que
proteção, elas simbolizem o quanto nossas mentes foram amordaçadas.
Não
sou negacionista. Questionar não é negar. Claro, sei do que há e quase nada que
virá, mas até quando esperar? Quem tem autoridade para decretar a liberdade? Ao
menos, me deixem falar e perguntar, me deem a chance de o que penso dizer.
Depois me contradiga, tudo bem se me convencer. Não é um jogo de ganhar ou
perder. Agora, se há uma certeza, é que é preciso mais que sobreviver.
* paródia de "É Preciso Saber Viver" (Roberto Carlos)
Toda história tem um prólogo. Não é possível imaginarmos que qualquer fato tenha uma origem em si mesmo, sem nenhum motivo anterior. Nem mesmo o universo (e a sua história) vieram do nada: Deus deu o pontapé inicial, e apenas Ele, Deus, não tem uma razão externa para existir, pois é eterno e fora da natureza. Nossa história não começa no nascimento, mas vem de muito antes. Na verdade, seria possível dizer que, caso quiséssemos, sinceramente, elaborar um prólogo fiel de nossas vidas, seria preciso retornar à origem do universo. No entanto, por razões óbvias, se a ideia é criar alguma introdução para a nossa biografia (ou simples livro de memórias), então imagino que o melhor a fazer é limitá-la aos nossos pais, pois são nossas referências biológicas e sociais mais diretas. Minha vida, ou o projeto que se tornaria a minha vida, começou no dia em que meus pais se conheceram, pois ali se encontrava a grande e objetiva propulsão que resultaria, cerca de dez anos depois, no meu enc...
Como já é possível perceber, estou há muito tempo sem escrever por aqui. Não é apenas por esse canal: eu realmente não mais tenho conseguido palavras para expressar, por meio de textos, meus pensamentos (e garanto que não são poucos!). É interessante que, falando, ou melhor, dialogando com alguém, eu consigo trazer à tona diversas reflexões sobre os mais variados assuntos, mas ultimamente tem sido um sacrifício transportá-las para o "papel". Estou há poucos dias de férias e resolvi, com o fim de apenas entreter-me, acessar esse meu blog e conferir meus textos antigos. Fiquei impressionado. "Quem é esse que escreve tão bem?", perguntei-me. Sem falsa modéstia, tenho o dom da escrita, ou ao menos tinha, pois parece-me que tal dom "escapou-me pelos dedos", como se o teclado em que digito ou a folha sobre a qual passeia a caneta que venho a empunhar emanassem um sopro de desinspiração, esvaziando a minha mente. "Onde eu estava mesmo...?" é a pergun...
Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...
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