Crônicas, contos, poesias e algo mais.
Por RENAN E. M. GUIMARÃES.
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O LIVRE AINDA PENSA*
Diga
Covid e vacina, mas não ivermectina. Use máscara e não fale hidroxicloroquina.
Fique em casa, feche tudo e não vá à escola, mas ouça bem, sempre mudo, não
invente história. Saia só se for para protestar, mas depende contra o quê, pra
não se contaminar.
O
livre ainda pensa. E o que pensa ainda fala.
Não
ouse dizer proxalutamida, mas grite alto “presidente genocida”. Faça calor ou
faça frio, fuja das “fake news”, do que eu lhe digo que é mentira, ofensivo ou
vazio. Não vá à igreja, mas junte em casa as suas mãos, pois não importa
comunhão, a não ser em eleição.
Mas
o livre ainda pensa. E o que pensa ainda fala.
Guillain-Barré
ou pericardite. Trombose ou até a própria covid. Não venha escolher qual vacina
receber, nem questione a ciência se você quer viver. Agora, não ouse defender tratamento
precoce, muito menos pesquisar se eles trazem melhor sorte. Cogitar isso só
pode ser loucura, e se você fizer isso, só lhe restará a censura.
Mas
o livre ainda pensa. E o que pensa ainda fala.
Se
você pensa diferente, é um negacionista. Talvez terraplanista, certamente um
fascista. Agora, fique quieto e calmo, logo tudo acabará, mas só espere a turma
certa assim o declarar. Quando isso acontecer, tudo será melhor, e seguiremos
refazendo tudo com suor. Não será em um dia, tampouco em sete, porém venha
contemplar o grande reset.
Mas
o livre ainda pensa. E o que pensa ainda fala.
* Paródia de "O Pulso ainda pulsa" (Arnaldo Antunes/Titãs)
Toda história tem um prólogo. Não é possível imaginarmos que qualquer fato tenha uma origem em si mesmo, sem nenhum motivo anterior. Nem mesmo o universo (e a sua história) vieram do nada: Deus deu o pontapé inicial, e apenas Ele, Deus, não tem uma razão externa para existir, pois é eterno e fora da natureza. Nossa história não começa no nascimento, mas vem de muito antes. Na verdade, seria possível dizer que, caso quiséssemos, sinceramente, elaborar um prólogo fiel de nossas vidas, seria preciso retornar à origem do universo. No entanto, por razões óbvias, se a ideia é criar alguma introdução para a nossa biografia (ou simples livro de memórias), então imagino que o melhor a fazer é limitá-la aos nossos pais, pois são nossas referências biológicas e sociais mais diretas. Minha vida, ou o projeto que se tornaria a minha vida, começou no dia em que meus pais se conheceram, pois ali se encontrava a grande e objetiva propulsão que resultaria, cerca de dez anos depois, no meu enc...
Como já é possível perceber, estou há muito tempo sem escrever por aqui. Não é apenas por esse canal: eu realmente não mais tenho conseguido palavras para expressar, por meio de textos, meus pensamentos (e garanto que não são poucos!). É interessante que, falando, ou melhor, dialogando com alguém, eu consigo trazer à tona diversas reflexões sobre os mais variados assuntos, mas ultimamente tem sido um sacrifício transportá-las para o "papel". Estou há poucos dias de férias e resolvi, com o fim de apenas entreter-me, acessar esse meu blog e conferir meus textos antigos. Fiquei impressionado. "Quem é esse que escreve tão bem?", perguntei-me. Sem falsa modéstia, tenho o dom da escrita, ou ao menos tinha, pois parece-me que tal dom "escapou-me pelos dedos", como se o teclado em que digito ou a folha sobre a qual passeia a caneta que venho a empunhar emanassem um sopro de desinspiração, esvaziando a minha mente. "Onde eu estava mesmo...?" é a pergun...
Enquanto eu e o Henrique almoçávamos assistindo ao Chaves e ao Chapolin, lá estavas tu, convencendo o meu irmão a, para a comida, dizer “sim”, antes que eu desse cabo aos restos a serem deixados por ele que, diante de uma colher de arroz e feijão, insistia em falar “não”. Enquanto eu e o Henrique estávamos na escola, durante a manhã, na época do Mãe de Deus, tu arrumavas a bagunça do nosso quarto, preparando-o para ser desarrumado outra vez. Então, quando desembarcávamos da Kombi do Ademir, tu, não sem antes sorrir, nos recebias cheia de carinho e atenção, e dava aquele abraço caloroso que transmitia o que havia no teu coração. Enquanto eu e o Henrique, em tenra idade escolar, tínhamos dificuldades nos deveres de casa, tu estavas lá, nos ajudando a ler, escrever e contar, pois, embora a humildade seja tua maior virtude, ela era muito menor do que tua doação. Sabias que, em breve, não mais conseguirias fazê-lo, mas, até lá, com zelo, estenderias tuas mãos. Enquanto eu e o Henri...
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