Esse texto escrevi há dez anos, poucos meses após o falecimento de meu amado avô, Roberto Jeolás Machado Guimarães. Foi o meu primeiro texto de relevância, e hoje venho cá publicá-lo.
Meu avô era uma pessoa muito especial. Não conheço a população inteira do planeta, mas creio que ninguém era mais querido do que ele. Por favor, não pense que estou dizendo isto porque ele era o meu avô, mas porque eu percebia isso quando ele conversava com alguém qualquer. Quando as pessoas que o conheciam ficaram sabendo do seub falecimento, entraram em curto período de luto. Deixava o mundo o homem de personalidade mais forte, o mais batalhador, o melhor e maior pai que qualquer filho gostaria de ter, o marido mais dedicado e carinhoso que toda mulher sonha um dia ter, a pessoa cuja paciência era quase inesgotável, o ser que teve como maior inimigo durante sua vida o rancor, mas foi a força do perdão que o ajudara a deter esse sentimento maldito.
Meu avô também era extremamente carinhoso com os netos. Contudo, de todos os seus treze, preferia um. Para ser mais exato, uma: Ana Carolina. Apesar de sempre ter negado isso, uma vez ele admitiu. Com grande curiosidade, perguntei-lhe algo que todo neto perguntaria ao seu avô: quem era seu neto preferido. Ele disse que via todos os netos com os mesmos olhos, mas admitiu que com a Ana Carolina tinha um relacionamento melhor do que com os demais. Se pensam que senti-me decepcionado com a resposta, estão errados. pelo contrário, fiquei admirado, pois jamais havia visto tamanha sinceridade. Depois, a Ana Carolina é uma ótima moça e, realmente, era a neta que mais acompanhava meu avô. Ele era perfeito.
Cinqüenta anos casado com a mesma mulher. Que dedicação! Que amor! Que homem bravo e valente que conseguiui criar cinco filhos e ajudar amigos e parentes, nunca esperando nada em troca.
Nada poderia derrotá-lo! Nada derrubaria uma pessoa tão forte e persistente. Todavia, uma coisa o derrubou: o câncer. Tal doença maldita já matou milhares de pessoas no mundo inteiro e, infelizmente, meu avô foi uma dessas vítimas. Apesar de ter falecido perante praga tão mortal, meu avô não se deu por vencido em momento algum. Quando morreu, seu braço estava roxo de tanto ter injetado em diferentes veias remédios para combater a doença. Cientificamente poderíamos chamar essas marcas de hematomas, mas eram, na verdade, marcas da coragem e valentia de um homem tão espetacular.
Ele sofria muito com as constantes doenças. Sua morte foi um descanso. Apesar de não habitar mais na nossa Dimensão, ele segue viviendo no meu coração.
COMENTÁRIOS
que lindo! fiquei emocionada!
13/03/2009 17:25
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