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Mostrando postagens de março, 2019

GRATIDÃO POR GRANDES DIAS

Há dias que marcam as nossas vidas, ao final dos quais respiramos fundo, olhamos ao redor e esboçamos aquele sorriso que expressa que nada mais seria necessário no mundo do que aqueles momentos vividos. Sim, todos vivemos dias assim, do mais pobre ao mais rico, tudo conforme os valores e a relevância dada ao que envolve tais dias incríveis. Graças a Deus, posso dizer que sou uma pessoa muito feliz. Isso não se confunde com a ideia de que sou imune ao sofrimento, à tristeza, à raiva, à frustração, à vergonha, à decepção e às mais variadas dores físicas e emocionais. É evidente que não. Entretanto, não hesito em afirmar que a minha condição é a de uma pessoa muito feliz, e devo isso, como dito, a Deus, pois nasci em uma família abençoada que, acima de tudo, sempre me encheu de amor, carinho e companheirismo, tudo permeado com muita dedicação, sacrifício, disciplina, franqueza, amizade e união. Ter nascido em uma família tão maravilhosa, apesar das suas naturais e muitas vezes grandes i

A ANSIEDADE DE OLAVO DE CARVALHO PELA SUA REVOLUÇÃO CULTURAL

Há cerca de dois anos passei a irregularmente acompanhar Olavo de Carvalho em seu canal do YouTube. Inicialmente, a má qualidade de seus vídeos, a luz amarela de sua biblioteca, a fumaça de seu cigarro e o refrigerante para “atenuar” sua sede eram impressões visuais desagradáveis, o que acabava por cortar minha paciência nos vídeos mais longos. Quem me recomendou o canal foi o próprio YouTube e sua “inteligência” artificial (detesto tal tarefa de recomendação, pois sinto minha mente violada). Enfim, não passei a seguir o canal, mas às vezes assistia a algo. Ainda não li seus livros, embora dois deles estejam na minha estante. Aliás, não deixa de ser engraçado olhar para ela e, em meio a tantas obras, ser ofendido, com letras garrafais, de “idiota” e “imbecil”. É um alívio que não sejam palavrões! Na verdade, estou lendo “O mínimo que você deveria saber para não ser um idiota”, coletânea de artigos jornalísticos do filósofo organizada por Felipe Moura Brasil em 2013, mas como aind

CONTO - "O MONSTRO DA REPARTIÇÃO"

O despertador do telefone celular insistia em tentar acordar Alberto Soares, cujos roncos eram mais intensos do que os trovões daquela deprimente manhã chuvosa de segunda-feira. Trinta minutos depois de ter ativado pela primeira vez o modo “soneca” em seu aparelho, Soares cedeu e, enfim, acordou acompanhado por uma violenta azia. Olhou para o lado oposto de sua cama e decepcionou-se ao constatar que ali não estava a mulher formidável que o animara em seus sonhos, mas apenas a caixa de papelão da pizza de doze queijos que havia devorado na noite anterior enquanto assistia ao filme “Desejo de Matar”, estrelado por Charles Bronson, seu ator favorito. Percebeu que havia um pedaço remanescente, àquela altura frio como a madrugada daquele inverno. “Dane-se”, pensou, e antes que percebesse a barata que caminhava em seu lençol, seus dentes amarelados por vinte anos ininterruptos de ingestão de café já trituravam a fatia que tinha um sabor diferente daquele da noite anterior. Ainda se

A BELEZA E A SABEDORIA DE UMA NOITE DE CÉU ESTRELADO

Estou encerrando minhas férias, e os últimos dias desse meu período de descanso estão sendo no humilde, acolhedor e familiar balneário de Rondinha, situado na cidade de Arroio do Sal, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Encontro-me com minha amada esposa Roberta e minha maravilhosa filhinha Glória na casa de meus grandes amigos Douglas e Elias e, nesse exato momento, madrugada do dia 03 de março de 2019, digito essas reflexões embalado por uma rede confortável suspensa em uma varanda ampla e muito agradável, ao mesmo tempo em que escuto o som dos grilos, sapos e outros animais noturnos, vez que outra interrompidos pelos ferozes latidos de cães em torno de uma cadela no cio. Sinto sob os meus pés a grama úmida pelo sereno, inspiro o aroma da noite e seus perfumes tomados das plantas ao meu redor e do mar, tão próximo daqui. Então, mais importante do que todas essas percepções, ergo minha cabeça e contemplo um céu estrelado, muito mais estrelado do que estou acostumado a observa