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Mostrando postagens de janeiro, 2022

TEMPO PARA TODO PROPÓSITO

  “ Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu ”. Quando falamos do amor de nossas vidas, muitas vezes os corações aflitos pronunciam esse primeiro versículo do famoso Capítulo 3 de Eclesiastes, conhecendo-o ou não, afinal, são palavras que confortam com sabedoria. É comum que a espera pela tal “pessoa certa”, no entanto, se dê diante dela e, o que é mais angustiante, por vezes o sentimento é mútuo, e tudo não se consuma por forças alheias aos amados.   Foi assim com a Mariana e o Marcos. Eles eram colegas de trabalho, e foram alguns anos apenas alimentando aquele sentimento com muito flerte, o qual, em razão das limitações existentes, passou a semear uma mútua e crescente admiração. Ironicamente, a espera tornou a raiz do seu amor cada vez mais forte e profunda.   Entre o tempo que nossos corações anseiam e o tempo certo, o tempo de Deus, há muitos detalhes, e quando fazemos menção ao famoso Eclesiastes 3:1, é importante lembrar que ele não s

O QUE “YOU”, “COBRA KAI” E “NÃO OLHE PARA CIMA” TÊM EM COMUM?

  Afinal, a arte imita a vida ou a vida, a arte? Difícil responder. Agora, se há uma certeza, é que a lacração nas telas e aquela que influencia ou pela qual é influenciada começa a ser questionada com muita ironia.   Alguns dos recentes sucessos da NETFLIX trazem isso com muita precisão. O suspense tragicômico YOU, a nostálgica série de ação COBRA KAI e o satírico filme NÃO OLHE PARA CIMA vão além de suas propostas originais e têm o mesmo pano de fundo: uma sociedade superficial, vigilante, covarde, autoritária e com valores distorcidos.   Enquanto YOU foca na falsidade de influenciadores digitais em sua busca por constante aprovação e na cultura de cancelamento que rompe os limites das telas e alcança as relações pessoais, COBRA KAI mira a pusilanimidade do espírito adolescente contemporâneo e a sua ausência de referências culturais que sejam providas de valor. Por fim, NÃO OLHE PARA CIMA certamente pesa a mão contra mentiras e meias-verdades promovidas pela mídia tradicional e r

LEITURA QUE ALIMENTA

  Uma das orientações de Hipócrates, o pai da medicina ocidental, é “que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”. Logo, o alimento errado será nosso veneno. No Brasil, comemora-se, hoje, o Dia do Leitor, que divide espaço com outra homenagem, a da Liberdade de Culto, o que não deixa de ser irônico.   Muitas vezes, cultuamos o que lemos e não paramos para pensar do que, de fato, nossos espíritos têm se alimentado, priorizando o que parece satisfazer nossos egos. Ou seja, acabamos lendo não para buscarmos sabedoria, mas para confirmarmos o quão sábios somos. Na prática, cultuamos a nós mesmos ao lermos aquilo que apenas diz o que queremos ouvir. Isso é perigoso, pois, se fechados à verdade, a correnteza do que lemos nos levará às cataratas da mentira.   Nessa linha, gostaria de recomendar a leitura do romance “Cartas de Elise”, do jornalista Luís Ernesto Lacombe, desenvolvida a partir de cartas enviadas pela bisavó do autor ao filho Ernst. Enquanto o  avô