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Mostrando postagens de junho, 2013

PAPELÃO

      Ontem, depois do desastrado anúncio de um plebiscito para aprovar a convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva, a presidente Dilma, diante do massacre de críticas de todos os lados, recuou. Ponto para a democracia, a cidadania e às instituições, que, apesar dos pesares, ainda são fortes o suficiente para evitar medidas arbitrárias do Poder Executivo.       Ayres Britto, Ministro aposentado do STF, disse que Dilma tinha boas intenções no seu anúncio, mas que foi mal assessorada. A conclusão que tiro de toda essa situação é a seguinte: Dilma é apenas um instrumento, porque as verdadeiras intenções, os reais mentores, estão por trás. O oportunismo do momento em que tentaram a medida, ainda mais pelo meio anunciado (via plebiscito), visou à mobilização das massas em seu favor, mas isso não aconteceu, justamente porque o anseio não é por uma nova Constituição, mas pela efetivação do disposto na que temos. São medidas executivas, práticas, que precisam ser tomadas no âmbito

QUEREM MATAR A CONSTITUIÇÃO DE 1988!

            Não sou apenas eu quem teme pelo anunciado no título dessa postagem. Gente muito melhor, mais experiente, qualificada e respeitada tem a mesma opinião que esse humilde “ancião de nascença” que lhes escreve. Ontem falei sobre uma das ideias do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, para enfrentar/conter/satisfazer a onda de protestos: a necessidade de uma Assembleia Constituinte Exclusiva com o fim de se fazer uma reforma política. E não é que a nossa presidente curtiu a sugestão? Seu anúncio, ontem, de que será feito um plebiscito para consultar os cidadãos brasileiros sobre a formação da Assembleia Constituinte Exclusiva, causou repercussão muito negativa. Mais uma vez, observa-se um atentado, não apenas à democracia, mas a todos os direitos estabelecidos e possíveis de serem promovidos pela nossa Constituição de 1988.            É des necessária uma Constituinte Exclusiva para se atender ao anseio de se modificar o nosso sistema político. Ele pod

OPORTUNISMO, INTRIGA, INCOERÊNCIA E RISCO À DEMOCRACIA

Hoje, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, em entrevista ao programa  “Gaúcha Atualidade”, da Rádio Gaúcha, defendeu, mais uma vez, a necessidade de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para a Reforma Política necessária para o país. Engraçado três posicionamentos adotados por ele nos últimos dias: (i) ser porta-voz dos movimentos sociais em prol do passe livre; (ii) dizer que o vandalismo é feito apenas por grupos da extrema direita e "contratados" por estes; (iii) a necessidade  de uma Assembleia Constituinte Exclusiva. Pois bem, não é pouco dizer que sua manifestação revele seu oportunismo político, a incoerência entre suas palavras e ações, além da forma velada como busca espalhar intriga e desconfiança em relação aos pleitos dos protestos que ocorrem pelo Brasil. Isso sem falar na intenção de pular as etapas necessárias, mas legítimas, para implementar reformas na Constituição. Em relação ao primeiro ponto: uma semana atrás, o governador mostrou-s

DEMONIZAÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS É AMEAÇA À DEMOCRACIA.

              Imagem: http://www.viomundo.com.br/politica/na-paulista-defensores-de-democracia-sem-partidos-atacam-militantes-de-esquerda-e-queimam-bandeiras-vermelhas.html             A s manifestações populares que têm invadido as ruas do país são uma grande demonstração de que o brasileiro não aguenta mais tantos aspectos negativos em suas vidas. No entanto, é preciso refletir sobre uma das demonizações com a qual, sinceramente, antes eu simpatizava, mas a que agora, depois de refletir, me oponho: o antipartidarismo.             Num dos milhares de textos publicados no dia de hoje sobre os protestos, li algo de fato verdadeiro: uma democracia se faz com partidos, e sem eles não há democracia, mas uma ditadura. Mais: a atitude de muitos manifestantes de queimar bandeiras de partidos lembra Getúlio Vargas, Hitler, as ditaduras comunistas etc. A rigor, um partido representa a forma institucional, uma bandeira prática de determinada ideologia. Ou seja: ele é a voz, os bra

TODAS AS CAUSAS SÃO CAUSAS

           Hoje, 18/06, o Brasil amanheceu de ressaca como há muito não acontecia. No dia de ontem (17/06/2013), mais de 250 mil pessoas saíram pelas ruas das principais cidades brasileiras para protestar. Os estopins para as grandes mobilizações foram os aumentos dos valores das passagens de ônibus de diversas Capitais, e o cenário perfeito, no que toca à visibilidade internacional à insatisfação geral do brasileiro ante tantas questões, é a realização da Copa das Confederações, da FIFA. A grande maioria dos manifestantes tremulavam suas bandeiras e gritavam palavras de ordem pacificamente, mas, em quase todos os lugares em que houve mobilizações, havia grupos de desordeiros que destruíam o que havia no caminho. Muitos analistas, hoje, de tantas avaliações que fazem sobre tais acontecimentos, têm destacado a fragmentação das causas, a ausência de um objetivo concreto. No entanto, eles não percebem que isso é reflexo da democracia e suas variadas insatisfações e pleitos.    

A ESPERANÇA É VERDE; O ORGULHO, CINZA.

            Ontem, Marina Silva anunciou que a sua Rede Sustentabilidade (ou simplesmente “Rede”) conseguiu atingir a meta de mais de 500 mil assinaturas que permitirá a transformação deste coletivo em partido político. Trata-se de uma grande notícia, afinal, trata-se do resultado de uma mobilização realmente democrática e participativa movimentada pelos simpatizantes da ex-Ministra do Meio Ambiente, sob sua liderança. Apesar de admitida a possibilidade de que até 40% dessas assinaturas sejam indeferidas, pois incompletas, é provável que, até outubro, o feto de partido consiga mais 300 ou 400 mil filiados e, então, vá à luz.             Não ponho a mão no fogo por político algum, mas também não sou estúpido ao ponto de dizer que todos são corruptos e/ou incompetentes. Vivemos em um imperfeito sistema democrático, e, como dizia Winston Churchill, “a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”. Assi