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Mostrando postagens de outubro, 2020

NA ONDA DA NOVA CONSTITUIÇÃO

  O atleta Rodrigo Koxa, surfista “dono da maior onda do mundo”, foi homenageado, ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro bemno dia em que o dólar atingiu o seu, até então, mais elevado pico que, talvez, até assustasse o recordista brasileiro. Agora, a onda mais interessante de todas é a que vem do Chile e para a qual o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, já está remando. O parlamentar, n a última terça-feira, 27/10, afirmou que pretende apresentar um projeto de decreto legislativo, até o fim de novembro, sobre a realização de um plebiscito para que a população aprove ou não a convocação de uma nova constituinte . Esse tipo de movimentação não é novidade. O PT, especialmente através de Tarso Genro, defendeu, por diversas vezes, e em diferentes momentos, a famosa “Constituinte Exclusiva” para, em resumo, “recriar” a constituição no que convinha aos então governantes do país. Infelizmente, essa é uma tentação inerente aos que detêm o poder e veem, po

POR UM SONHO

  “ Eu tenho um sonho” (“I have a dream”) é como ficou popularmente conhecido o mais famoso discurso do Reverendo Martin Luther King Jr., uma das maiores e mais importantes personalidades do séc. XX, senão da própria história mundial. Não vou perder meu tempo falando dele, um homem que, apesar das suas vulnerabilidades humanas (o maravilhoso filme “Selma” aborda parte disso), deixou um legado estupenda de defesa dos direitos humanos tendo como fundamento a fé cristã e a busca por paz e harmonia, sempre rejeitando a violência para alcançá-la. Mas o que é um “sonho”? Quando alguns se perguntam sobre quais seriam seus sonhos, a reflexão, por vezes, acaba em uma divagação sobre uma situação improvável, muito difícil, intangível. Ocorre que o sonho, não aquele que nos entretém (ou apavora) enquanto dormimos, mas que cruza nossas mentes durante o dia, é algo produzido por nós mesmos com base em nossas vidas, reflexões, objetivos. Enfim, um sonho, e não um devaneio, é a seta que aponta para

35 VERSOS + PONTO. NOVA LINHA.

  O poema abaixo é um resumo, em 35 versos, dos meus 35 anos de vida completados no último dia 21 de outubro. O 36º verso corresponde ao período iniciado ontem, e essas linhas são o seu começo. A métrica está longe da perfeição, mas foi o que declamou o meu coração. 35 VERSOS + PONTO. NOVA LINHA. 85- “Nasce, meu filho!” Nasci, tô aqui 86 – Um ano depois, brigadeiros eu comi 87 - E veio meu irmão, já na casa nova 88 – Com o Vô Padrinho, na Otelo Rosa 89 – T ia Noeci há 5 anos, Vô Padrinho foi pra Deus 90 – Bolinha de Sabão 91 – Depois, Escola Mãe de Deus 92 – Aprendi a ler e escrever 93 – Contar, multiplicar 94 – Óculos para melhor enxergar 95 – Cavaleiros na TV 96 – Líder de turma sem querer 97 – Nova escola, levei surra e um erro me marcou 98 – Amigos me deixaram, morreu o meu avô 99 – Não deu pra ser milico, foi duro mas passou 2000 – Sem perceber, eu recomecei 2001 – Banda, bateria, letra e poesia 2002 – Grandes amizades, Jesus eu encontrei 2003 – No vestibular eu fracassei 2004 – E

PORQUE ELA MERECE!

  Na última quarta-feira (14/10) , a jurista Cláudia Lima Marques foi eleita diretora da Faculdade de Direito da UFRGS, e terá como vice a professora Ana Paula Motta Costa. Em seu discurso de posse, Cláudia celebrou “ter sido escolhida como a primeira jurista mulher” para a direção da instituição. Uma referência válida e muito importante, sem dúvidas, e que acabou reverberando junto  à mídia como o elemento mais marcante da referida eleição. Ocorre que o histórico e incontestável fato de ser a primeira mulher a ocupar tal posição acaba por tirar luzes de outra evidência: Cláudia está lá porque merece! Sou “filho da UFRGS”, e ingressar naquela faculdade não foi fácil. Foram três tentativas em uma época em que eram apenas 70 vagas para o turno da manhã e outras 70 para a noite. Ter passado naquele concorrido vestibular é um dos feitos de que me orgulho muito, e todos que conviveram comigo na época sabem disso. Lá, fiquei decepcionado com a qualidade de alguns professores jurássicos, mas

UM ANO PARA POLIANA

  Ainda criança, assisti ao filme Poliana , de 1960, adaptação do clássico livro homônimo escrito por Eleanor H. Porter em 1913. A obra literária foi, e ainda é, um grande sucesso, gerando diversas continuações ao longo do último século, além de adaptações, como o referido filme, séries entre outras. Uma história marcante e que muito nos ensina. Poliana ( Pollyanna , no original, em inglês) é uma menina que se torna órfã após o falecimento de seu pai, um pobre missionário. A partir de então, ela passa a ser cuidada por uma rica tia severa e, junto a ela e ao novo círculo de pessoas no qual se insere, começa a transmitir a sua ingênua e, ao mesmo tempo, sábia visão de mundo, resumida no chamado “Jogo do Contente”, um tipo de exercício mental cujo objetivo é enxergar o lado bom das coisas, mesmo se a maior parte do contexto apresentado é notavelmente ruim. Toda a história gira em torno disso, daquela personagem sorridente e de bem com a vida, mesmo em meio a tantos problemas. Pois vi

O MAL NUNCA MORRE

  N o último dia 07 de outubro, Jair Bolsonaro anunciou que acabou com a Lava-Jato porque teria acabado com a corrupção. Apesar de irônica, a declaração do presidente fez menção ao fato de que, no seu governo, ainda não teria tido nenhum caso relativo ao referido crime. Seja lá por que motivos, de fato ainda não havia vindo à tona nenhum caso de esquema criminoso organizado, como se verificou no mensalão e no petrolão, por exemplo, ou, recentemente, no estado do Rio de Janeiro. Contudo, dizer que “acabou” com a corrupção é, por si só, uma mentira. Isso porque ela nunca morre. Uma semana depois de mais uma polêmica gratuitamente criada pelo Presidente da República, eis que o vice-líder de seu governo no Senado, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), foi flagrado com cerca de 33 mil reais em suas cuecas, além de muito mais em sua residência. Era dinheiro de esquema relativo ao governo federal? Não importa. O fato é que era dinheiro, no mínimo, não declarado e de origem duvidosa. Sujo, ce

QUEM FOI O SEU MELHOR PROFESSOR?

  15 de outubro. Dia do professor. Para aqueles que estão em idade escolar, e para os próprios docentes, hoje seria dia de descansar, mas, em razão da pandemia, o “feriado” facultativo provavelmente não será usufruído. Há muitas aulas a serem recuperadas. Mesmo assim, é dia de homenagearmos aqueles que tanto nos ensinam e nos ensinaram em nossa busca por conhecimento. Diante disso, a pergunta recorrente: quem foi o seu melhor professor? Nesse instante, é provável que você já tenha erguido seus olhos para o alto e começado a fazer uma varredura mental que vai desde o maternal, o jardim de infância, passando por toda a vida escolar e possivelmente culminando na faculdade. Alguns irão ainda mais longe, e sua busca atingirá os sábios da pós-graduação, do mestrado, do doutorado. De repente, fora desse ciclo relativo ao “nível” educacional, poderão refletir acerca de professores de cursinhos preparatórios para o vestibular e concursos diversos, ou, ainda, poderão trazer à tona em suas h

EXILADOS DO MELHOR LUGAR DO MUNDO

  O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço. Porém, dele estamos exilados. Tanto o velho quanto o novo, mesmo o apaixonado, hesita em abraçar. Todos estão medrosos. Prossegue a pandemia, ninguém aguenta mais, quase tudo é permitido, mas o abraço está proibido. Será a última atividade a ser liberada. Do melhor lugar do mundo, seguimos exilados. Muitos continuam solitários e todos estamos carentes. O inverno começou antes do outono, invadiu a primavera, e nos vemos fora do lugar onde sempre é quente. Muito do que a gente sofre, com abraço se resolve. Mas e quando tudo o que se espera ou sonha é o próprio abraço? Onde vamos encontrar essa resposta? Fora do abraço? Ela poderá fazer sentido, mas sempre será fria como a pandemia que não termina, como as lives solitárias gravadas pelos artistas em suas cozinhas, como as chamadas de vídeo com os queridos que moram logo ali, na esquina. As ruas aos poucos retomam seu movimento, mas as pessoas que nelas circulam o fazem mud