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Mostrando postagens de novembro, 2021

PORTAS QUE TRANSCENDEM

  A profissional @katiafeilcerimonialista, ao compartilhar a imagem de um dos casamentos por ela organizados, em que, num estilo industrial, uma das portas do salão servira como painel para uma das mesas de doces, referiu que “cada casal tem a sua história, suas preferências e expectativas e conseguir transmitir isso em um projeto é maravilhoso”. Pois digo que o resultado é ainda melhor do que essa constatação, pois ele permite que se reflita, a partir dele, de forma transcendente.   Em tese, um casal ou até mesmo um profissional comum buscaria ilustrar as tais preferências e estilos do cliente com algo pronto, fechado. Um painel especialmente desenhado para aquilo, uma paisagem ou locação pontualmente escolhidos para representar um sentimento ou perfil. A solução, porém, foi uma porta que já existia, que estava lá, e ela se mostrou não apenas bela e acertada, mas trouxe um forte caráter simbólico.   Na vida conjugal, o perfeito sempre é buscado, tanto no relacionamento quanto nos obje

UMA CHANCE À PRIMEIRA VISTA

  Eu acredito em amor à primeira vista, e falo isso sem qualquer pudor. Estou falando do amor EROS, que, para C. S. Lewis, seria aquele baseado na atração física. Porém, o coração não palpita de um jeito diferente diante de qualquer beleza estonteante. São necessários alguns pequenos elementos complementares que vão além da aparência, como o sorriso, o cheiro, o olhar, os pequenos trejeitos, a risada. Todas essas percepções que muitas vezes se revelam mútuas podem se dar em segundos e representam, sim, uma relevante porta de entrada para um futuro promissor.   No entanto, apenas o amor à primeira vista não é suficiente, pois incompleto. Nele não há qualquer percepção de aconchego e intimidade, tampouco de companheirismo e amizade, muito menos de capacidade de doação. Em especial, não se sabe quais os valores do outro, talvez o requisito mais importante de todos. Mesmo assim, o amor à primeira vista se apresenta como uma chave para o início de algo maior. Aquela primeira conversa desc

TOLKIEN E A BLACK FRIDAY

  T olkien era filólogo e se havia algo que ele valorizava era o significado e o poder das palavras. Em seu ensaio “Sobre Estórias de Fadas”, presente no livro “Árvore e Folha”, em que fala, entre tantos aspectos, sobre a construção de mitologias, defende que a “Linguagem não pode (...) ser ignorada” e que a “mente encarnada, a língua e a estória são, no nosso mundo, coevas”. Para ele, as mitologias somente conseguiram ser elaboradas e dotadas de determinados significados a partir de sua materialização em palavras específicas, sem as quais os mitos e grandes lições de sabedoria que as acompanham não teriam se perpetuado no tempo e ensinado com tanta profundidade a humanidade.   Hoje é o dia da famosa “Black Friday”. Porém, há muitos que têm demonizado a expressão, mais uma que faria uso “indevido” da palavra “black” (preto), ignorando que essa é a cor que, nos EUA, tradicionalmente indica saldo positivo e êxito nos negócios, o que, no Brasil, corresponderia ao “azul”.   A verdade é

REGANDO O AMOR COM ELOGIOS

  Nessa semana, a amiga @fabiolarrais compartilhou em seus stories publicação da @beatrizfeitosa que dizia o seguinte: “ Normalizem elogios sem segundas intenções, é bom elogiar as pessoas ”. Uma obviedade? Nem sempre, e por isso a relevância do lembrete, especialmente para a vida conjugal e familiar.   Para Gary Chapman, há cinco maneiras de expressar o amor ao marido ou esposa, o que ele destaca em seu best-seller “As Cinco Linguagens do Amor”. A primeira seria a das Palavras de Afirmação, entre as quais estariam os elogios.   Muitas pessoas precisam ser elogiadas (o que não se confunde com bajulação), ou seja, têm que ouvir palavras sinceras de reconhecimento por algo elevado que verdadeiramente são ou fazem, da beleza às maiores virtudes que possam expressar em seu cotidiano. Isso é fundamental para se manterem firmes em suas jornadas. Caso elas não recebam essas palavras de afirmação, não haverá presente, ação ou até mesmo carinho que compense. Elas não perceberão o amor do pa

LONGANIMIDADE E ESPERANÇA

  Hoje é quinta-feira, dia de #tbt, e gostaria de lembrar a celebração do matrimônio entre a @carolchandlerp e o @danieloliveiradebrito, um casal com uma linda e inspiradora história.   Lembro bem desse casamento organizado pela excelente @robertapellineventos , dos olhares entre os noivos, da clara percepção de que seus espíritos fervilhavam de amor e emoção. As imagens precisas e sensíveis registradas pela equipe da @crissantoro falam por si: eles não olhavam um para o outro, mas para o interior de suas almas, para o âmago de seus corações. Eles se liam e claramente se entendiam. Seus sorrisos apaixonados eram apaixonantes e me davam a clara certeza de que ali havia algo muito forte, perene, indestrutível.   Na mensagem que lhes transmiti naquela agradável noite de 09/11/2019 na linda @casadafigueirafestas , destaquei muitos pontos de sua história que deveriam servir como referência ao próprio casal em sua jornada dali em diante, e um deles é a longanimidade, um dos Frutos do Es

BELEZA NOS DETALHES

  Esses dias, a amiga e cliente @t.arrais, cujo casamento realizei recentemente em Playa del Carmen, no México, ao postar seus agradecimentos a todos os profissionais envolvidos em seu matrimônio, mencionou a responsável pelos maravilhosos bem-casados da festa, a @fernandabeltramebemcasados . Como fui testemunha ocular e “papilar” das gostosuras, fiz questão de seguir o perfil e parabenizá-la. Ela me respondeu com a doçura de seus doces e disse que fora minha colega de faculdade quase vinte anos atrás! Lembrei-me na hora, pois o nome me era familiar. Uma grata coincidência que muito me alegrou!   Porém, a razão pela qual escrevo essa reflexão não é a apontada coincidência, mas os tais bem-casados. Além de excelentes, chamou-me a atenção a beleza dos detalhes, a preocupação com o capricho que ia desde o doce, em si, e, especialmente, com a embalagem, a qual continha as iniciais dos noivos em fontes estilizadas e delicadas. Um pequeno elemento que fez toda a diferença não apenas no enf

SÍMBOLOS PARA O BEM OU PARA O MAL?

  O que você vê ao enxergar algo? Essa é a pergunta trazida pelo filme “Número 23”, de 2007. Uma obra razoável, mas que traz uma provocação interessante a respeito do efeito que alguns símbolos podem causar em nossas vidas, e como podemos manipulá-los em nosso desfavor ou favor.   Estrelado por Jim Carrey, trata-se da história de um homem, Walter Sparrow (Carrey), que adquire um livro escrito por um tal “Topsy Kretts”. Nele, o narrador e protagonista se revela obcecado pelo tal número, enxergando-o em tudo, levando-o, inclusive, a cometer crimes. Sparrow percebe que muito da obra é inspirada em sua vida, iniciando uma investigação para encontrar o autor, ao mesmo tempo em que ele mesmo começa a ser consumido por uma paranoia referente ao número. A questão é: esse número, ou qualquer símbolo, é capaz de nos enlouquecer, ou são nossas mentes insanas ou simplesmente corrompidas que nele enxergam fantasmas e mentiras?   A verdade é que somos nós que dotamos algo de significado, convert

CRIPTOGRAFIA PELA VERDADE

  Há muitas incoerências na luta contra o grande mal da atualidade, e espero que vocês entendam o que digo.   Há um grande movimento em todo o mundo para a criação cidadãos de segunda classe. A promoção de uma poçãonização obrigatória para nos protegermos do Cão Vide é crescente, mas há grande, e justa, resistência, não por se tratar de uma poção, simplesmente, mas uma poção nova e em desenvolvimento. De forma disfarçada, não se obriga ninguém a se poçãonizar, mas restringem-se direitos básicos, como o de ir e vir, àqueles que não o fazem. Não quer a poçãozinha? Ok, então você está proibido de ir ao clube, ao cinema, ao shopping, ao supermercado, à escola, faculdade, a repartições públicas e assim por diante. Seja feliz isolado em casa e longe de tudo e todos.   Caso você não se sensibilize com essa aberração moral, então há um problema no seu coração, e falo sério, e se essas minhas palavras lhe ofendem, peço desculpas, mas olhe-se no espelho e reflita. Você realmente concorda com

MÁSCARAS E LEITE DERRAMADO*

  Diga o que você quer, me diga. Para onde leva a sua estrada? Me diga o que você quer da vida. Vamos, admita que é estar lá no alto, bajulado com seu terno engomado e seu sorriso em que nos chama de amados ao mesmo tempo em que fecha gôndolas de supermercados.   Tire a máscara que cobre a sua alma e oculta o seu ser e sua visão de poder. Ninguém quer no comando um bonitinho e falso consciente com desmandos inconsequentes, um adulto com espírito de criança mentirosa que ilude os que o ceram e os demais para ter sempre mais.   O importante é ser você. Mesmo que seja um tirano, seja você. Mesmo que seja de barro, seja você. Sim, um tirano que quer o poder. Isso é você. Sobre o seu caráter, diga a verdade e o distinga dos que defendem a liberdade. Que suas palavras sejam honestas com seus atos, pois o que sai de sua boca é traído pelos fatos, e não seja covarde ao ponto de culpar as crianças por eventuais fracassos.   Suas ações autoritárias e desprovidas de verdade macularão infânc

O QUE FAZER COM A CHEGADA DOS PRESENTES?

    O que é o tempo? Uma pergunta complicada, não? Mais difícil ainda é responder o que fazer com a chegada dos presentes trazidos por ele. Pois essa é a reflexão apresentada em “A Chegada”, de 2016, um filme original, inteligente, complexo e emocionante que nos contempla com uma lição para a vida.   Trata-se da história do que parece o início de uma invasão alienígena. Os humanos buscam entender as intenções daqueles que chegaram sem serem convidados. Assim, convocam uma graduada linguista, Louise (Amy Adams), para tentar traduzir as mensagens grunhidas pelas criaturas. Experiente, ela percebe que pela escrita a missão se mostraria mais viável, o que se revela exitoso. A dos aliens, ao contrário da humana, tem uma lógica espiralizada, ou seja, não se dá por frases com aparente início, meio e fim, mas através de símbolos que lembram espirais, e é a partir disso que se dá a grande mensagem do filme: o tempo não é linear, mas um grande espiral, não havendo passado ou futuro, mas apenas

BREVE RESENHA DE "EM BUSCA DE ANCAMUNG"

  A verdade está naquilo que ouvimos ou é preciso encontrá-la? E o que nos motiva a essa busca? Confirmar o que já entendemos como o certo ou ser exposto àquilo que realmente há?   Esse é o espírito por trás de “Em busca de Ancamung”, o primeiro volume da trilogia “A Armadura”, de Renan E. M. Guimarães. Trata-se da história de sete heróis convocados por um rei que, aliado ao grande líder religioso de um continente chamado Veliáquia, lhes dá a missão de encontrar a famosa espada Ancamung, a última parte integrante da poderosa Armadura de Emanon, uma vestimenta bélica forjada em nome das trevas e capaz de tornar aquele que a usar no ser mais poderoso da existência. Todas as suas peças já foram reunidas pelo maligno Mehdseh, e se ele conseguir a espada, tudo estará perdido, pois apenas sua lâmina seria capaz de destruí-la. Terá início uma corrida entre a luz e a escuridão, cuja linha de chegada trará não apenas vitória e derrota, mas, acima de tudo, a verdade.   Com personagens cativant

CRÔNICA DE UM NASCIMENTO

  Em vez de ser despertado pelos primeiros parabéns do alvorecer, o que escutei foram gemidos. Minha esposa disse que sofrera com dor por toda noite. Eram as contrações, estavam fortes. Senti um frio na espinha, a ansiedade me consumiu e pensei: “Ela vai nascer no dia do meu aniversário!”.   Horas depois, a obstetra, em consulta, revelou que sequer havia dilatação e que aquelas contrações eram meros “treinos”, os tais prodromos, pois ainda separadas por períodos relativamente longos, mas que deveríamos ficar atentos. O dia passou, meus pais conseguiram jantar conosco e deu para assoprar uma velinha pelos meus 36 anos e tirar foto com meu presente de aniversário, um inigualável busto do Mestre Yoda feito de MDF. Fomos dormir.   O amanhecer seguinte, dia em que se completaram 39 semanas de gestação, foi como o anterior, porém, mais doloroso. As contrações ainda não eram seguidas o suficiente para se enquadrarem tecnicamente como um trabalho de parto, mas a intensidade da dor era prog

MORTAL KOMBAT PARA A VIDA: CONCLUSÃO

  Sem falsa modéstia, duvido que exista em algum lugar do planeta, em qualquer idioma, uma análise tão completa como a que fiz sobre a profundidade do filme “Mortal Kombat”, de 1995. Motivado pelo remake de 2021 e o grande vazio de sua mensagem, procurei resgatar da obra estrelada por Christopher Lambert aquilo que podemos levar para a vida e que não se limita àquelas duas horas diante das telas.   O filme nos provoca a pensar sobre o quanto estamos dispostos a lutar para defender aquilo que entendemos como valoroso e essencial para a nossa existência, e que até mesmo as guerras se revelam virtuosas dependendo daquilo que esteja em jogo. Vimos que uma perspectiva mínima de vitória plena diante dos desafios mais relevantes da vida necessita de um reconhecimento daquilo que nos assombra, e também o que nos motiva a encarar as dificuldades e o quanto estamos dispostos a abrir mão para seguirmos adiante. Aprendemos que, ainda que recursos tecnológicos da atualidade ofereçam meios de ler