O que você vê ao enxergar
algo? Essa é a pergunta trazida pelo filme “Número 23”, de 2007. Uma obra razoável,
mas que traz uma provocação interessante a respeito do efeito que alguns símbolos
podem causar em nossas vidas, e como podemos manipulá-los em nosso desfavor ou
favor.
Estrelado por Jim Carrey, trata-se
da história de um homem, Walter Sparrow (Carrey), que adquire um livro escrito
por um tal “Topsy Kretts”. Nele, o narrador e protagonista se revela obcecado
pelo tal número, enxergando-o em tudo, levando-o, inclusive, a cometer crimes. Sparrow
percebe que muito da obra é inspirada em sua vida, iniciando uma investigação
para encontrar o autor, ao mesmo tempo em que ele mesmo começa a ser consumido por
uma paranoia referente ao número. A questão é: esse número, ou qualquer símbolo,
é capaz de nos enlouquecer, ou são nossas mentes insanas ou simplesmente
corrompidas que nele enxergam fantasmas e mentiras?
A verdade é que somos nós
que dotamos algo de significado, convertendo-o em um símbolo. Ele, porém, poderá
se revelar uma distorção completa a depender dos olhos de quem o vê, os quais
querem enxergar apenas parte da verdade, ou, muitas vezes, uma completa mentira,
simplesmente.
Voltando ao filme, há apenas
um número, um simples número que, por coincidência, está em alguns elementos da
natureza que, a partir de um trauma com ele relacionado, desperta uma obsessão.
Porém, o problema não estava no número, mas naquele que o relacionava com algo
ruim e, a partir disso, o colocava em tudo. Acontece que qualquer elemento da
existência pode ser convertido em um símbolo. Se para o bem ou para o mal,
dependerá dos olhos e do coração de quem o fizer.
Pois no meu caso, o número
23 é muito especial. Minha filha mais velha comemora o aniversário no dia 23 de
março, e a caçula, em 23 de outubro. Hoje, 23 de novembro, é o dia em que eu e
minha esposa celebramos o nosso aniversário de casamento. Definitivamente, o número
23 faz parte de nossas vidas. Talvez ele esteja em vários lugares, nomes,
datas, endereços. Não cheguei a mergulhar nessa loucura. Agora, se há uma
certeza, é de que esse número mora em nossos corações.
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