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MÁSCARAS E LEITE DERRAMADO*

 


Diga o que você quer, me diga. Para onde leva a sua estrada? Me diga o que você quer da vida. Vamos, admita que é estar lá no alto, bajulado com seu terno engomado e seu sorriso em que nos chama de amados ao mesmo tempo em que fecha gôndolas de supermercados.

 Tire a máscara que cobre a sua alma e oculta o seu ser e sua visão de poder. Ninguém quer no comando um bonitinho e falso consciente com desmandos inconsequentes, um adulto com espírito de criança mentirosa que ilude os que o ceram e os demais para ter sempre mais.

 O importante é ser você. Mesmo que seja um tirano, seja você. Mesmo que seja de barro, seja você. Sim, um tirano que quer o poder. Isso é você. Sobre o seu caráter, diga a verdade e o distinga dos que defendem a liberdade. Que suas palavras sejam honestas com seus atos, pois o que sai de sua boca é traído pelos fatos, e não seja covarde ao ponto de culpar as crianças por eventuais fracassos.

 Suas ações autoritárias e desprovidas de verdade macularão infâncias. Tire a máscara de suas intenções em vez de colocá-las nos rostos das crianças, privando-as de expressarem seus sentimentos com a face, gerando-lhes insegurança. Tire a máscara que oculta o ditador que você é ao invés de acostumar jovens de três, quatro, cinco anos a se calarem, estimulando-lhes um espírito de desconfiança e neles plantando, sob qualquer ótica, uma timidez patológica.

 Mesmo nesse cenário trágico e do árduo clamor contrário, em vez de chorar sobre o leite derramado, você certamente dirá, sem remorso e nada assombrado: I had enough of it, but I don’t care.

*Crônica paródia de "Máscara" (Pitty)

Qual a lógica da medida com um gráfico claramente indicando uma melhora? Tire a máscara, governador!




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