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Mostrando postagens de 2022

COADJUVANTES DA ESTRELA

  Quem é o protagonista da sua vida? A pergunta já traz a resposta, afinal, se a ideia é saber algo da SUA vida, então é claro que o protagonista da SUA história é você. Porém, nem eu, você ou qualquer outro chegou até aqui sozinho, mas com a ajuda, direta ou indireta, de amigos e familiares. Se não fossem os astros coadjuvantes, não seríamos estrelas.   Pois até a estrela das estrelas teve os seus coadjuvantes necessários. Claro, no seu caso, nenhum deles seria imprescindível para ELE próprio, mas o plano perfeito envolvia não “apenas” a sua glória, mas os seus ensinamentos. Para que o testemunho de sua história, palavras e ações fosse plenamente compreendido e transmitido, haveria a necessidade de outros personagens que não fossem somente o principal. Entre eles, os próprios animais!   E é do ponto de vista deles que se desenvolve o enredo de “A Estrela de Belém”. Disponível na Netflix, a animação conta a história de Bo, o jumento que, puxado pelas rédeas por José, viria a transp

A MISTERIOSA VISITA DO PAPAI NOEL

  O natal de 1993 foi o último em que o Papai Noel me visitou. Foi emocionante, embora ele não tenha topado me levar para um passeio nas suas renas, afinal, elas estavam doentes, restando ao barbudinho rechonchudo distribuir presentes pelo mundo a bordo de um velho Passat amarelo emprestado de um amigo seu.   Meses depois, às vésperas da Páscoa, a professora Daurivete, não sei porquê, falou aos alunos da sua turma da Terceira Série do Colégio Mãe de Deus, eu entre eles, que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existiam. Aquilo foi um choque para mim. Certo, eu até desconfiava que a história do Coelhinho era um pouco forçada, mas sempre fui um crente no Bom Velhinho. Defendia sua existência com unhas e dentes e sempre me exaltava nos debates, tamanha minha convicção.   Porém, o peso da autoridade da professora era grande e, naquele dia, ao chegar em casa, recorri a uma instância superior: “Mãe! Diz a verdade: afinal, Papai Noel existe ou não?”. Ela sorriu piedosamente, fechou os olh

NOITE FELIZ FORA DAS TRINCHEIRAS

    Entre tantos horrores e traumas, aconteceu na Primeira Guerra Mundial um evento isolado, mas absurdamente insólito e inspirador. Um fato tão bizarro quanto lindo, e não seria exagero dizer que se tratou de um verdadeiro milagre de natal, talvez o maior deles desde o próprio nascimento de Cristo.   A conhecida “Trégua de Natal de 1914” ocorreu em diferentes partes do front de batalha, e um dos seus mais famosos armistícios se deu nos arredores de Ypres na Bélgica, quando, na noite de natal, alemães decoraram suas trincheiras com pinheiros enfeitados e começaram a cantar, ao que os adversários, no lado oposto, responderam, com suas músicas. Por vezes, uniam suas canções às do “inimigo”, mas cada um no seu idioma. A melodia foi o convite para a paz e, assim, ambas as forças baixaram suas armas e se uniram para lembrar o nascimento de Cristo, com direito a comida, bebida, louvores e missa ecumênica celebrada simultaneamente por um padre escocês para britânicos, franceses e alemães.

CORRAM PARA AS CATACUMBAS!

  “Aquele cujo nome não deve ser pronunciado”, e cujos adjetivos baseados em fatos nos é vedado utilizar, foi eleito presidente. Notícia perfeita para um amanhecer de Dia das Bruxas. Eleições limpas ou fraudulentas? Tenho minha opinião, mas ela pode ser equivocada, irrelevante, ofensiva, talvez até ilícita ou criminosa! Vai saber? Por isso me abstenho de falar qualquer coisa.   Pois esse é o aperitivo do que nos espera nos próximos anos. Se o grupo da estrela amarela sobreposta ao vermelho-sangue conseguiu judicialmente censurar indivíduos e veículos de comunicação sem sequer ocupar um lugar na Praça dos Três Poderes, receio muito pelo que virá agora que eles terão a cadeira presidencial.   A vedação à liberdade de expressão não é mais uma ameaça, mas uma realidade cujo aperitivo sentimos de maneira bruta na última quinzena de outubro, tudo sob a chancela da nossa Máxima Corte. Infelizmente, empresas como Jovem Pan, Brasil Paralelo, Gazeta do Povo e Revista Oeste serão sufocadas e,

O LUGAR ONDE PERTENCEMOS

  Muitos dos supostos sonhos que temos não são, na verdade, nossos, mas foram criados por elementos externos que o tempo todo nos iludem para que busquemos um lugar ao sol. Porém, será que já não o encontramos?   A resposta a essa pergunta é o segredo da verdadeira felicidade, e saberemos que ela foi honesta se feita com base na paz, satisfação e segurança a respeito daquilo que se está vivenciando.   Há paz quando percebemos que a vida é como deveria ser, não num sentido determinista, tampouco comodista, mas reconhecendo-se as consequências de escolhas, o que as guiaram e aquilo que se entende como valoroso.   A satisfação está na percepção de que os elementos que integram nossas existências, com suas agruras e conquistas, em um contexto de inevitável imperfeição, preenchem nossos espíritos em abundância. Embora sempre possa haver um “algo mais”, a satisfação está em justamente saber que os sacrifícios para obtê-lo simplesmente não valem a pena.   Por fim, sente-se seguro aque

FADADOS À EXTINÇÃO? NÃO HOJE.

  “Top Gun: Maverick” não é simplesmente excelente, mas se apresenta como uma aula de sabedoria. Isso é revelado logo no início da obra, quando o protagonista ouve de um superior, encenado por Ed Harris, que pessoas como Maverick estariam fadadas à extinção. O herói responde: “Pode ser. Mas não hoje”. A frase é proposital e provoca uma resistência que não se limita ao personagem interpretado por Tom Cruise, mas às virtudes que ele representa.   Por vezes, sentimo-nos agredidos por um mundo que promove supostas certezas claramente desconexas da verdade que testemunhamos e sentimos. Parece que, se não nos adaptarmos a ideias apresentadas como modernas, estaremos fadados à penúria, ao exílio ou, até mesmo, à morte. O filme, no entanto, nos lembra que, embora, de fato, talvez seja esse o nosso destino, resistir a isso é uma imposição das virtudes que nossos espíritos genuinamente demandam. Quais?   O filme responde: coragem, realismo, humildade, companheirismo, confiança, amor, perdão,

UM VOO MUITO MAIS ALTO DO QUE NOSSOS OLHOS VEEM

    A espera acabou e finalmente fui ao cinema assistir a “Top Gun: Maverick”, sem dúvidas um dos melhores filmes dos últimos tempos. Essa minha opinião não é novidade, afinal, uma rápida busca na internet já nos leva a ela, mas a grande questão é o que a torna grandiosa. Um expectador honesto sabe o que isso significa. Pense em uma história de ação e heroísmo realmente boa e você terá isso com maestria, das atuações aos efeitos especiais, do roteiro à trilha sonora, do respeito e tributo aos fãs ( fan service ) às novidades coerentes e, acima de tudo, das expectativas à superação delas, o que envolve a sensação de edificação ao sair da sala de cinema. Isso significa que, quando as luzes se acendem, sentimo-nos pessoas melhores e ávidas para compartilhar com o mundo as lições dessa obra-prima.   Não sou crítico de cinema, não vou me ater a detalhes técnicos, mas com certeza há momentos e frases do filme que merecem ressoar em nossas almas e que muito nos ensinam, e é por isso que i

UMA PESSOA QUE PENSAVA

  A grande maioria das pessoas não está mais pensando. Faltam indivíduos que, entre uma opinião e outra, reflitam sobre o que ocorre ao seu redor e, ainda que discordemos de suas palavras, possamos lê-las ou ouvi-las sabendo que foram elaboradas com honestidade, como parte de um hercúleo trabalho perpetuamente inacabado de busca pela verdade.   David Coimbra era uma pessoa que pensava e, como qualquer indivíduo genuinamente livre, convertia, pelo microfone ou a escrita, suas reflexões em palavras. No primeiro quesito, não era muito feliz, pois, desprovido daquele tempo necessário para uma reflexão ponderada, desenvolvia opiniões precipitadas, metia-se em debates constrangedores e largava algumas pérolas lamentáveis.   Já na escrita, sempre o admirei, ainda que muitas vezes dele discordasse porque, ao acompanhá-lo por tantos anos, percebia-se nele alguém que não vinha com uma opinião meramente pronta, mas construída a partir de muita reflexão e, o que é mais importante, claramente i

SOBRE ESCROTOS E BURROS

  O que é um “escroto”? Biologicamente sabemos, claro, mas a palavra, quando utilizada como ofensa, tem o sentido de dizer que alguém tem não só um caráter torpe, mas que o expressa publicamente de forma repugnante e vil. Um escroto é, em resumo, um babaca em uma potência elevada, que pisa nos outros com o simples intuito de fazer mal ao seu alvo a fim de se elevar, não em nome de algo virtuoso, mas dos seus interesses viciados e do seu ego corrompido.   Uma pessoa burra, por sua vez, é aquela que, por mais que se exponha à verdade e ao conhecimento, por mais que ouça os mais persuasivos argumentos, mantém-se inerte, empacada como o próprio animal que a homenageia, fazendo-o não com base em contra-argumentos, mas em uma resistência desprovida de lógica. O verdadeiro burro não é o que cognitivamente não entende a verdade, mas que se nega deliberadamente a enfrentá-la com argumentos a fim de demonstrar que a tal “verdade” que lhe é apresentada se trata, em sentido de contrário, de um e

AMOR PIRATA

  Se já é estranho opinar sobre relacionamentos alheios de pessoas próximas, então o que dizer de dois indivíduos completamente estranhos à nossa realidade e indubitavelmente excêntricos? No entanto, não há como silenciar quando somos diariamente bombardeados por notícias a respeito do caso Johnny Depp x Amber Heard. Se você é como eu era há alguns dias e não sabe nada a respeito do conflito entre o eterno Jack Sparrow de "Piratas do Caribe" e a princesa Mera de "Aquaman", lamento ser aquele que atiçará sua curiosidade. Apenas dê um “google”. Em resumo, é deprimente, e a pergunta que não quer calar é: quem tem razão?   Para a justiça, importa. Para nós, não. A lição, porém, está em como não deve ser um relacionamento conjugal. Por mais que os fatos venham à tona, por mais provas que ambos os lados possam produzir, não temos como saber exatamente como se dava a dinâmica do casal, mas, diante das consequências, dá para presumir que não eram nada saudáveis. O que con

GLÓRIA BORBOLETA

  Como você será Amanhã ou depois? Como se lembrará Do dia que já se foi?   Dos beijos e abraços que eu lhe dei? Do aconchego e carinho Lições que lhe ensinei?   Rompido o ovo e você Cresce e amadurece Nosso casulo a envolve E a borboleta aparece   Então, enfim um dia Entender você vai O que é o amor De mãe e de pai   Um pedaço do amor que Deus tem por nós Uma gota no oceano Uma nota de sua voz   E você todo dia Nos ensina mais e mais E nos prova que a vida Quando vem não mais se vai   Talvez você esqueça De ontem, hoje, do amanhã Mas seu coração se enche mais Toda manhã   Eis o seu sorriso que Chama o nascer do sol Teu brilho e alegria Iluminam nosso dia   Glória Borboleta De alma cor-de-rosa Sobre você Deus escreveu Em poesia e prosa   Um pedaço do amor que Deus tem por nós Uma gota no oceano Uma nota de sua voz   Deus em sua glória Abençoa nossa história E está ao nosso lado Em nossa tr

UM CASAL QUE INSPIRA

  Logo no início da minha entrevista pessoal com os noivos, sempre lhes digo que a inspiração para a celebração vem deles mesmos. Posso garantir que quanto melhor a sua jornada e, principalmente, a sua sintonia como casal e o amor por eles transpirado com palavras, melhor será a mensagem.   Alguns poderiam dizer que suas histórias seriam simplórias e não teriam nada demais e a maioria estaria certa. Por isso a importância do segundo elemento: a sintonia e a transpiração de amor percebida no casal. Como uma aura mágica, essa condição torna a mais comum das jornadas em uma saga digna de filme, e acabamos percebendo que o caminho trilhado pelo casal até aquele momento da entrevista, a qual antecede em alguns meses o seu casamento, é muito mais do que parece.   No último final de semana, celebrei um lindo casamento graças à inspiração fornecida pelos noivos, cuja jornada, embora pudesse ser simples para alguns, traz, na verdade, indivíduos, sentimentos e histórias pessoais que a enri

RODOLFO, ALEXANDRA E A LUZ DA LAMPARINA

  No último sábado, eu e minha família tivemos a bênção de comparecer a um culto especial organizado pela Igreja Batista Impactando Gerações (IBIG), em que Rodolfo Abrantes, o célebre ex-vocalista dos Raimundos, trouxe uma linda mensagem. Após, meu querido amigo Lipe Cordeiro nos convidou para irmos ao restaurante Barranco participar do jantar que sucedeu o evento. Éramos apenas 14, incluindo Rodolfo. Nunca imaginei que viveria isso, e meu lado tiete precisava ser domado, afinal, o cara é incontestavelmente um grande artista e dono de um dos mais impactantes testemunhos do Brasil.   Há um brocardo popular que diz que “por trás de todo grande homem, há uma grande mulher”. No caso de Rodolfo, muito da sua grandeza passa pela sua esposa Alexandra, que foi um ver dadeiro instrumento de Deus para a sua conversão, ocorrida no auge do sucesso e que culminou em sua saída da banda. Porém, ao optar por largar tudo, ele pagou o preço: o abandono da maioria dos fãs, escárnio, ostracismo e decadê

QUEM AMA, CUIDA

Nesse último mês de março, publiquei várias crônicas de autoria de Greta Cardia E. M. Guimarães, minha mãe e parceira do perfil @cronicasdofilhoedamae, que integraram o Mosaico Porto Alegre 250 Anos, organizado pela Oficina Santa Sede. O projeto consistiu em textos inspirados por imagens da Capital gaúcha captadas por excelentes fotógrafos, e devo admitir que há tempos eu não valorizava tanto o espírito dessa cidade que me recebeu no mundo e, até hoje, me acolhe.   Lembro-me de Porto Alegre como um destaque em minha vida escolar em apenas um único e isolado ano. Foi em 1994, Terceira Série do Colégio Mãe de Deus. A professora era a querida Daurivete Braga de Freitas, a primeira a quem me referi como tal e não como “tia”. Aquilo me marcou, afinal, nunca estudara sobre nossa cidade, e foi bem legal saber um pouco de sua história e de seus símbolos.   Na segunda-feira (28/03), a escola Fazendo & Acontecendo promoveu uma bela exposição com trabalhinhos feitos pelos seus alunos, ent

DESCONGELANDO O MELHOR DE FROZEN

  Pais e mães que me leem sabem do que estou falando: dificilmente há animação mais popular do que a controversa FROZEN, de 2013, cujas músicas e personagens, desde então, como uma força irresistível, parecem invadir os lares de todo o mundo pelas frestas de suas portas e janelas. Para muitos, os poderes reprimidos de Elsa, a protagonista, seriam uma alusão às suas inclinações sexuais, e o tema “Let it Go”, um hino de rebeldia e libertação. Embora nada no filme confirme essa tendência, ela seria plausível pela clara inclinação política da Disney. Agora, será que as pautas que a obra alegoricamente promoveria estariam realmente ali?   Nem todas. Trata-se, na verdade, de um roteiro que fala sobre libertação em relação àquilo que é apontado como a percepção e o julgamento da maioria. O que os “poderes congelantes” de Elsa realmente significariam é uma lacuna preenchível por qualquer coisa. Logo, um cristão tímido poderia se espelhar em Elsa para defender seus pontos de vista com coragem

O TAPA DE WILL SMITH EM CHRIS ROCK

  Em razão do horário, sempre foi um desafio assistir à cerimônia do Oscar, mas, nos últimos anos, quando determinadas pautas passaram a prevalecer sobre a qualidade, criatividade e a profundidade das obras, desisti de vez. Porém, no último evento, presenciamos algo digno de reflexão.   Chris Rock fazia uma sessão de stand up comedy . Todos riam, até que o alvo foi a esposa de Will Smith. Portadora de uma doença rara que a leva a forçosamente manter os cabelos raspados, ouviu do comediante: “Te vejo em ‘Em busca da honra 2, hein?’ ”, filme da década de 1990 estrelado por Demi Moore e para o qual a atriz, ao encenar uma oficial do exército, passou máquina 1 na cabeça.   A maioria gargalhou, inclusive Smith, mas sua esposa, não. Em seguida, porém, o ator, que não parecia fingir quando rira, ficou, de repente, “maluco no pedaço”, invadiu o palco e desferiu um violento tapa em seu colega. De volta ao assento, disse, transtornado: “Mantenha o nome de minha esposa fora da droga da sua bo

CRÔNICA DO PRIMEIRO NASCIMENTO

  Era para ser um parto natural. Tudo foi planejado para ser assim, mas havia uma pequena coisa que ameaçava essa ideia inicial: uma certa restrição de crescimento.   A gravidez da Glória foi tranquila, sem riscos, mas o tal do seu percentil indicava que ela crescia muito menos do que o normal. Todos os seus demais índices apontavam que nossa bebezinha se mostrava saudável, mas seu tamanho era muito menor do que a média para a idade gestacional. Assim, não era seguro aguardar pela natureza. Seria preciso agir um pouco antes, a fim de evitar riscos. Teria sido uma decisão correta? Digamos que foi prudente, conforme indicavam as ecografias semanais que fazíamos.   Assim, agendamos a internação, mas não, necessariamente, o parto. Tentaríamos induzi-lo para que se desse de forma natural. Chegamos ao Hospital Moinhos de Vento pela manhã, em torno das 9 horas. No caminho, avisamos nossas famílias, mas deixamos claro que o parto dificilmente aconteceria rapidamente. Mesmo assim, meus pais