Pular para o conteúdo principal

CORRAM PARA AS CATACUMBAS!

 


“Aquele cujo nome não deve ser pronunciado”, e cujos adjetivos baseados em fatos nos é vedado utilizar, foi eleito presidente. Notícia perfeita para um amanhecer de Dia das Bruxas. Eleições limpas ou fraudulentas? Tenho minha opinião, mas ela pode ser equivocada, irrelevante, ofensiva, talvez até ilícita ou criminosa! Vai saber? Por isso me abstenho de falar qualquer coisa.

 Pois esse é o aperitivo do que nos espera nos próximos anos. Se o grupo da estrela amarela sobreposta ao vermelho-sangue conseguiu judicialmente censurar indivíduos e veículos de comunicação sem sequer ocupar um lugar na Praça dos Três Poderes, receio muito pelo que virá agora que eles terão a cadeira presidencial.

 A vedação à liberdade de expressão não é mais uma ameaça, mas uma realidade cujo aperitivo sentimos de maneira bruta na última quinzena de outubro, tudo sob a chancela da nossa Máxima Corte. Infelizmente, empresas como Jovem Pan, Brasil Paralelo, Gazeta do Povo e Revista Oeste serão sufocadas e, na melhor das hipóteses, perderão muito da sua independência. Na pior, fecharão.

 Essas empresas e alguns indivíduos influentes, no entanto, são apenas as cabeças a serem exibidas nos portões das nossas terras. A Constituição vem sendo rasgada explicitamente, e sem qualquer oposição, há seis anos, desde a queda daquela admirável intelectual, passando pelo kafkaniano “Inquérito do Fim do Mundo”. O ápice foi, na reta final das eleições, a negativa de pedido de investigações de uma possível fraude eleitoral (o caso das inserções de rádio) e, o que é pior, a conversão imediata da suposta vítima que pedia investigações para investigado.

 Diante desse cenário em que é temeroso expressarmos publicamente o que pensamos, recomendo que você faça como os cristãos do primeiro século: corra para as catacumbas! Afinal, nunca se sabe quando o “Olho que Tudo Vê” poderá localizá-lo, calá-lo, prendê-lo e jogá-lo aos leões, para o regozijo da multidão que anseia pelo seu sangue da cor da bandeira por ela efusivamente tremulada.

 No entanto, lembre-se de que, ainda que isso venha a acontecer, tenha fé e esperança de que a Verdade prevalecerá. Afinal, ela não sucumbiu às feras romanas, tampouco permaneceu enclausurada nas catacumbas, não é mesmo?

 “E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mateus 10:22)

 

 Imagem: https://oriundi.net/cultura/catacumbas-de-roma-cristianismo-primitivo.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COMO É BOM TE BEIJAR

Como é bom te beijar, pois, ao fazê-lo, percebo como foi sábio ter me dirigido a ti assim que te vi, ter mentido que gostava de Chico só pra ficar contigo, depois te namorar pra, finalmente, casar. Quanto mais longe fica aquela noite, mais próxima de hoje ela está, mais presente que a notícia mais recente e mais bela do que uma florescente manhã de primavera. Como é bom te beijar. Teus lábios aconchegantes foram e são a chave para o que é mais precioso: o amor que temos um pelo outro, que fazemos um com o outro e que geraram as riquezas mais valiosas do que a soma de todo o ouro encontrado em toda a história: a Amélia e a Glória. Como é bom te beijar. A cada vez que trocamos sabores, algo muda em mim, um começo que me conduz a outro, nunca a um fim, afinal, depois do nosso "sim" dito no altar, juramos para sempre lado a lado caminhar. A estrada foi e sempre dura será, mas ela também  sempre trouxe muita beleza entre algumas tristezas, e assim seguirá, com a certeza de que Deu

Dica de Tiras - High School Comics

Essa tira foi desenhad a por um amigo meu, Rodrigo Chaves, o qual realizou tal trabalho em parceria com outro artista, Cláudio Patto. Acho simplesmente excelente essa série de tiras chamada "High Shool Comics", que trata do cotidiano da vida escolar, sempre com bom humor. Mereceria aparecer todos os dias nos jornais, sem dúvida. Se a visualização não ficou boa, cliquem na imagem. Querem ver mais? Então acessem: http://contratemposmodernos.blogspot.com .

NOITE FELIZ FORA DAS TRINCHEIRAS

    Entre tantos horrores e traumas, aconteceu na Primeira Guerra Mundial um evento isolado, mas absurdamente insólito e inspirador. Um fato tão bizarro quanto lindo, e não seria exagero dizer que se tratou de um verdadeiro milagre de natal, talvez o maior deles desde o próprio nascimento de Cristo.   A conhecida “Trégua de Natal de 1914” ocorreu em diferentes partes do front de batalha, e um dos seus mais famosos armistícios se deu nos arredores de Ypres na Bélgica, quando, na noite de natal, alemães decoraram suas trincheiras com pinheiros enfeitados e começaram a cantar, ao que os adversários, no lado oposto, responderam, com suas músicas. Por vezes, uniam suas canções às do “inimigo”, mas cada um no seu idioma. A melodia foi o convite para a paz e, assim, ambas as forças baixaram suas armas e se uniram para lembrar o nascimento de Cristo, com direito a comida, bebida, louvores e missa ecumênica celebrada simultaneamente por um padre escocês para britânicos, franceses e alemães.