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É NATAL E SEMPRE SERÁ

É noite de natal. Um momento em que familiares e amigos se reúnem, trocam presentes e deixam fluir o espírito fraternal que tal data nos traz. A base para toda essa celebração é muito mais profunda e superficialmente conhecida pela maioria.  O natal é muito mais, e o que é melhor e mais importante: sempre será. Um amigo meu desejou, via facebook, um "feliz natal" a todos os seus amigos, dizendo, entre outras palavras, que torce para o dia em que não mais haverá o seu "teor religioso". Em primeiro lugar, o natal não tem teor religioso, mas é religioso. Na verdade, eu detesto a palavra "religião" e seus derivados, pois ela nos remete à ideia de "fé institucionalizada". É muito melhor ser chamado de crente do que de religioso. De qualquer forma, o que quero dizer é que o natal é uma data de fé, de esperança, de celebração, e todo o fraternalismo dela derivada vem do exemplo do protagonista do dia, o aniversariante mais importante (em segundo lugar

IMORTALIZADO

Não vou perder tempo recorrendo ao dicionário para dizer que imortal é o que não morre, permanece vivo. Quando falamos em "vivo", não precisamos nos remeter ao sentido literal, biológico da palavra, mas a vários outros. Um deles é o legado. O legado é a herança que todos deixamos ao mundo depois de partirmos. Ele vive de um jeito ou de outro, para o bem ou para o mal. É aquilo pelo qual seremos lembrados, seja por meio da memória de alguns ou do povo, seja pela forma como damos nosso exemplo por atitudes ou ensinamentos àqueles que nos rodeiam. No entanto, o legado deixado por alguns se dissipa no tempo, e embora não se erradique, permanece fraco, quase inexistente, fragmentado em incontáveis partículas que quase não são vistas ou sentidas, mas que, mesmo de um modo discreto, influenciam, afinal, de toda ação decorre uma reação. Nos esportes, especificamente no futebol, é a mesma coisa. Todos deixam seus legados pelo caminho, positivos ou negativos. Os maus jogadores são

O ARTUR DE BERNARD CORNWELL E O STF

Recentemente terminei de ler a trilogia "Crônicas de Artur", do britânico Bernard Cornwell, o qual é considerado um dos melhores romancistas no gênero "medieval" da atualidade (embora suas ficções não se limitem a tal período da História). A saga é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores que li, graças ao talento nato do escritor na sua narrativa em primeira pessoa (como o personagem Derfel Cadarn, um dos "Cavaleiros da Távola Redonda"), o que nos transporta para a época sob os pontos de vista de então, e a espetacular ambientação das lendas arturianas dentro de uma, embora evidentemente ficcional, possível realidade histórica. Cornwell baseou-se em achados arqueológicos, registros da época, além de outras fontes seguras para retratar da maneira mais fiel possível o pano de fundo da versão da lenda do "Rei" Artur (sim, "rei" entre aspas, pois o famoso portador de Excalibur nunca teria sido rei, mas esse detalhe deixo para os futuros

O QUE NOS ESPERA AO CASARMOS (DO PONTO DE VISTA DOS HOMENS)

Casar é lindo! Enfim, homem e mulher deixam a casa de seus pais para se tornarem uma só carne. Deus, amor, companheirismo, amizade, paciência, confiança, humildade, fidelidade e sexo são princípios imprescindíveis para que um relacionamento conjugal seja bem sucedido. O grande bônus de um casamento, sem sombra de dúvidas, é a possibilidade de aplicarmos de forma intensa todos os amores projetados por Deus e perfeitamente classificados por C. S. Lewis como a afeição, a amizade, o eros e a caridade, o que nos aproxima de nosso Pai Querido e geram frutos sempre bons, ainda que as adversidades tentem dizer o contrário. A “pessoa certa”, a dita “mulher das nossas vidas”, é a ideal para isso, e encontrá-la e, o que é melhor, passar o resto de nossos dias ao seu lado, com a felicidade sendo regada pelas bênçãos das alegrias e as lições da tristeza, sempre de maneira mútua, com certeza é um presente de Deus. Todavia, casar implica em um ônus. Ou melhor: dois. O primeiro deles é o fi

O OLÍMPICO E EU - CAPÍTULO 3: COPOS VOADORES

O ano de 1994 foi especial para mim. Talvez tenha sido o momento em que o mundo, aos meus olhos, tornou-se "maior que o meu quarto", e devo isso ao futebol. Era ano de Copa do Mundo e, na época, meus pais eram assinantes do jornal "Folha de S. Paulo", do qual encomendaram um "pacote" chamado "Folha conta 40 anos de Copa". Nele estavam inclusos uma fita de vídeo e uma série de fascículos, os quais contavam os tais 40 anos de Copa do Mundo, além de um pôster enorme que exibia um mapa múndi no qual destacavam-se os países que participariam do Mundial dos EUA. No pôster havia espaços para colar figurinhas alusivas às seleções de futebol, e também uma tabela com dados das nações, como capital, moeda e idioma. Para mim, era como uma enciclopédia colada na parede do meu quarto. Tudo isso para dizer que havia um Renan a.C e outro d.C, ou seja, antes da Copa e depois da Copa de 1994. O Renan d.C. passou a se interessar pelo mundo ao redor e sua respec

O OLÍMPICO E EU - CAPÍTULO 2: O GOLEIRO FRAQUINHO E A BANDEIRA GUERREIRA

A tarde de sábado do dia 04/09/1993 estava ensolarada, e o céu parecia ainda mais azul do que o normal, ao menos para mim, afinal, depois de "incontáveis anos" (três ou quatro, mas que, para alguém com menos de oito anos de idade, representam metade de uma vida), eu voltaria ao estádio Olímpico para torcer pelo Grêmio. Minha primeira ida ao campo do Tricolor dos Pampas fora num já mencionado confronto contra o Flamengo. Naquela ocasião fomos apenas eu e meu pai, mas desta vez a família toda estava completa, pois meu irmão caçula Henrique e minha mãe foram conosco. Havíamos ido almoçar na casa de uma senhora amiga nossa, a querida Dona Alzira e, depois de comermos o incomparável arroz-com-feijão acompanhado de uma estupenda carne de panela (de ferro!) preparado pelo Seu Hugo, companheiro da Dona Alzira, fomos ao templo do Grêmio. Antes de ingressarmos, havia um ambulante vendendo bandeiras. Compramos duas e, pasmem, suas hastes eram de madeira! Digo isso porque, atualmente

O OLÍMPICO E EU - CAPÍTULO 1: A DANÇA DAS CADEIRAS

Não me lembro com exatidão dos detalhes da primeira vez em que assisti a um jogo do Grêmio das arquibancadas do Olímpico. Recordo-me de que o adversário vestia vermelho e preto, e que o estádio estava lotado. Meu pai diz que a partida foi contra o Flamengo, e que terminou empatada. Ele não sabe dizer exatamente o ano, tampouco o campeonato. Esse jogo me marcou por dois motivos:  primeiro, porque foi a minha primeira ida a um estádio de futebol; segundo, porque aprendi a velha regra do "quem vai ao ar, perdeu o lugar". O ingresso adquirido pelo meu pai não deve ter sido dos mais baratos, afinal, assistíamos à partida das cadeiras e, pelo que me recordo, nossa localização era mais central do que lateral, embora eu não negue a possibilidade desta minha lembrança ter sido deturpada pelo tempo. De qualquer forma, tudo o que lembro deste jogo foi que, em um momento, estávamos confortavelmente sentados, e em outro, nos encontrávamos de pé, escorados na parede, ao fundo de todas