Não posso deixar de me manifestar acerca dos classificados para as oitavas de final da atual copa do mundo. Percebi que quem investe no futebol, colhe bons jogadores e, bem treinados, bons times. E quando falo em investimento, não estou tratando do sentido "marqueteiro" da palavra, mas naquele relacionado à evolução do esporte, ou seja, na formação de base e no estudo sobre as técnicas do futebol.
Tanto Brasil quanto, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, todos classificados para a próxima fase do mundial, investem bastante na formação de novos talentos, e isso ocorre, principalmente, por uma questão de necessidade de reposição de jogadores, uma vez que os clubes ricos da Europa e Ásia não tardam em fazer seus ranchos por aqui, levando o que temos de melhor.
Coréia do Sul e Japão estão nas oitavas. Surpresa? Não. Há vinte anos o futebol praticamente inexistia nesses países. O Japão fez o seu plano "Cosmos", mas em vez de levar Pelé, trouxe Zico. Desde então, os nipônicos têm estudado o maior esporte do planeta como se buscassem entender as engrenagens de um motor e o resultado é que têm uma liga forte e uma boa formação de atletas, cujos fundamentos, antes baseados apenas na correria e na disciplina tática, agora traz um pouco de habilidade e improviso. O mesmo vale para a Coréia do Sul, que apesar de não ter o "glamour" dos Japoneses, está à frente dos seus vizinhos asiáticos na corrida futebolística, restando presente nas últimas seis copas, além da atual. Fruto do investimento em infraestrutura, jogadores e muito estudo sobre o esporte. Importante destacar a valorização dos treinadores locais, intercalado com os de outros países, os quais buscam evolução com as lições estrangeiras, mas sem descaracterizar estilos próprios que precisam ser mantidos, como a sempre disciplina tática asiática e a tendência à velocidade.
O México, que tem garantindo vaga nas oitavas de final desde 1994, também tem uma liga forte e grande parte de sua seleção joga no país, sinal de que os clubes valorizam os seus atletas e a base funciona bem.
Gana, único africano a seguir adiante, talvez seja a exceção dos exemplos citados, pois seus atletas não possuem o gingado africano que presenciávamos até 2002, com Senegal, e que vem desaparecendo à medida que seus jogadores vão eurpeizando o seu jeito de jogar. Digo, por isso, que Gana não irá adiante: tombará perante os EUA.
EUA. Os ianques não aceitam ser menores em nada. Logo, é questão de tempo para começarem a, se não reinar, passar a fazer parte do panteão das grandes seleções. O caminho para isso está correto: investimento na liga local (MLS) e valorização dos seus clubes (LA Galaxy, por exemplo, que contava com Beckham no seu elenco), e muito estudo acadêmico e investimento nas categorias de base (em falando de EUA, leia-se ecolas e universidades). O que falta para eles? Um pouco de ginga e improviso. Como os EUA são um bolsão étnico, como no Brasil, é questão de tempo para o time deles se latinizar o suficiente para ganhar aquela habilidade que falta.
E os europeus? Os grandes times da Europa não apostam mais na base. Com o grande poder econômico que têm, catam atletas de todos os cantos do globo e formam seleções mundiais. Entretanto, a Copa do Mundo é entre seleções nacionais, e aí, o que fazer? A Inter-ITA não tem jogadores italianos no seu time titular, os quais são minoria no Milan e na Roma, os três maiores clubes italianos. O resultado é o fracasso italiano no mundial. As fracas atuações da Inglaterra e a irregularidade espanhola atestam que, apesar desses países terem clubes muito fortes, suas categorias de base são desvalorizadas, e a Copa do Mundo cobra o seu preço e revela essa falha.
Enfim, quem planta no futebol, o que inclui o estudo do esporte e as categorias de base, colhe resultados para as seleções do seu país. É como um país que parece que tem tudo, com suas ruas cheias de belos carros, seus supermercados recheados de produtos excelentes e de ótima qualidade, mas com nada produzido em seu território, tudo importado, totalmente dependente da boa vontade do comércio exterior e das relações internacionais. O país vai sofrendo aos poucos, com desemprego e as mazelas vêm à tona.
As mazelas das seleções da Europa estão bem claras nessa Copa, e a principal razão para elas são a falta de investimentos de base.
Tanto Brasil quanto, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, todos classificados para a próxima fase do mundial, investem bastante na formação de novos talentos, e isso ocorre, principalmente, por uma questão de necessidade de reposição de jogadores, uma vez que os clubes ricos da Europa e Ásia não tardam em fazer seus ranchos por aqui, levando o que temos de melhor.
Coréia do Sul e Japão estão nas oitavas. Surpresa? Não. Há vinte anos o futebol praticamente inexistia nesses países. O Japão fez o seu plano "Cosmos", mas em vez de levar Pelé, trouxe Zico. Desde então, os nipônicos têm estudado o maior esporte do planeta como se buscassem entender as engrenagens de um motor e o resultado é que têm uma liga forte e uma boa formação de atletas, cujos fundamentos, antes baseados apenas na correria e na disciplina tática, agora traz um pouco de habilidade e improviso. O mesmo vale para a Coréia do Sul, que apesar de não ter o "glamour" dos Japoneses, está à frente dos seus vizinhos asiáticos na corrida futebolística, restando presente nas últimas seis copas, além da atual. Fruto do investimento em infraestrutura, jogadores e muito estudo sobre o esporte. Importante destacar a valorização dos treinadores locais, intercalado com os de outros países, os quais buscam evolução com as lições estrangeiras, mas sem descaracterizar estilos próprios que precisam ser mantidos, como a sempre disciplina tática asiática e a tendência à velocidade.
O México, que tem garantindo vaga nas oitavas de final desde 1994, também tem uma liga forte e grande parte de sua seleção joga no país, sinal de que os clubes valorizam os seus atletas e a base funciona bem.
Gana, único africano a seguir adiante, talvez seja a exceção dos exemplos citados, pois seus atletas não possuem o gingado africano que presenciávamos até 2002, com Senegal, e que vem desaparecendo à medida que seus jogadores vão eurpeizando o seu jeito de jogar. Digo, por isso, que Gana não irá adiante: tombará perante os EUA.
EUA. Os ianques não aceitam ser menores em nada. Logo, é questão de tempo para começarem a, se não reinar, passar a fazer parte do panteão das grandes seleções. O caminho para isso está correto: investimento na liga local (MLS) e valorização dos seus clubes (LA Galaxy, por exemplo, que contava com Beckham no seu elenco), e muito estudo acadêmico e investimento nas categorias de base (em falando de EUA, leia-se ecolas e universidades). O que falta para eles? Um pouco de ginga e improviso. Como os EUA são um bolsão étnico, como no Brasil, é questão de tempo para o time deles se latinizar o suficiente para ganhar aquela habilidade que falta.
E os europeus? Os grandes times da Europa não apostam mais na base. Com o grande poder econômico que têm, catam atletas de todos os cantos do globo e formam seleções mundiais. Entretanto, a Copa do Mundo é entre seleções nacionais, e aí, o que fazer? A Inter-ITA não tem jogadores italianos no seu time titular, os quais são minoria no Milan e na Roma, os três maiores clubes italianos. O resultado é o fracasso italiano no mundial. As fracas atuações da Inglaterra e a irregularidade espanhola atestam que, apesar desses países terem clubes muito fortes, suas categorias de base são desvalorizadas, e a Copa do Mundo cobra o seu preço e revela essa falha.
Enfim, quem planta no futebol, o que inclui o estudo do esporte e as categorias de base, colhe resultados para as seleções do seu país. É como um país que parece que tem tudo, com suas ruas cheias de belos carros, seus supermercados recheados de produtos excelentes e de ótima qualidade, mas com nada produzido em seu território, tudo importado, totalmente dependente da boa vontade do comércio exterior e das relações internacionais. O país vai sofrendo aos poucos, com desemprego e as mazelas vêm à tona.
As mazelas das seleções da Europa estão bem claras nessa Copa, e a principal razão para elas são a falta de investimentos de base.
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