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DESPEDIDAS: TEMPO DE RECONSTRUÇÃO

Lágrimas de saudades ou tempo de reconstruir? Eis a ambiguidade sentimental complexa na qual está inserida a despedida. Embora cada indivíduo encare de maneira diversa tal momento, é preciso analisar qual o melhor caminho a ser escolhido pelo ser humano após se dizer adeus.

Tudo na vida possui ascensão, apogeu e declínio. Citemos, primeiramente, um exemplo banal de um casal de namorados: eles se conhecem e vão descobrindo um ao outro (ascensão), têm um auge sentimental (apogeu), no qual são ditas palavras adocicadas acompanhadas de atos do gênero, mas muitas vezes, por diversos motivos, a relação entra em crise (declínio) culminando ou no seu fim ou no início de uma nova fase, um período de transformação e restauração. Partindo da premissa do fim de um relacionamento, a parte que ainda gosta da outra remoer-se-á de saudades, sofrendo com a despedida. Entretanto, é preciso superar essa dor inicial com a expectativa e a esperança de um futuro mais feliz, privados dos erros cometidos no passado.

A despedida é um momento cruel e crucial porque, a partir daquele instante, nossas vidas tomarão outro rumo, relevante ou não. Após dizermos adeus, inevitavelmente seremos tomados ou por muita tristeza ou por uma grande euforia. Todavia, não devemos mergulhar em lágrimas, tampouco nos entorpecermos com as novas perspectivas, mas simplesmente recomeçar nossa caminhada visando à reconstrução, de forma ainda melhor, daquilo que perdemos no passado.

Quando nos despedimos, ou somos deixados ou abandonados por aquilo que se foi, não mais teremos o que partiu, restando-nos seguir em frente. Enfim, se nossa casa for demolida, devemos erguer outra, não sendo adequado chorarmos sobre suas ruínas à espera que nossas lágrimas possam regá-las a ponto de reconstruir a edificação perdida.

Inevitavelmente, a despedida é um momento de dor ou alegria, o qual não deve ser prolongado além do necessário. Não pode aleijar aquele que a encara. Tudo o que se foi é passado, mas enquanto vivermos, aqui continuaremos, construindo e reconstruindo.

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