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Postagens

No Line On The Horizon

Passei quase que todo o mês de março ouvindo ao novo disco do U2, "No Line On The Horizon". A razão de eu ter feito isso está no fato de eu ser um fã de carteirinha da banda irlandesa e, também, por causa das qualidades desse recente álbum de Bono e seus amigos. Interessante. O U2 pode não ser a melhor banda do mundo, afinal, não existe "melhor" no meio artístico, pois tudo é uma questão de gosto, mas sem dúvida é a maior (da atualidade). Primeiro, porque tem muita qualidade; segundo, tem um marketing muito bem elaborado, assim como as suas turnês e produção;por fim, e, sem dúvida, o fato mais importante de todos aqueles que tornam essa banda a maior do mundo, está a sua incrível capacidade de reinvenção. O U2 nem sempre "reinventa" o rock, mas se reinventa sempre, ou quase sempre. Já reinventou o rock algumas vezes, como na época de "War", "The Unforgettable Fire" e "The Joshua Tree". Canções como "Sunday Bloody Sunday...

Cansei! Abaixo o falso deus Futebol! Aproveitem o domingo!

Na Antigüidade, os romanos construíram o coliseu e instituíram a chamada "Política do Pão e Circo" para iludir a plebe e aliená-la das questões relevantes da sua vida, buscando evitar que tal massa se preocupasse com a política e seus direitos. Uma medida maquiavelicamente inteligente, a qual ajudou a blindar internamente aquele magnânimo império, servindo de inspiração para os dias atuais. Sim, inspiração. O nosso coliseu é, além do estádio de futebol, as transmissões via TV e rádio dos seus jogos, e o pior é que nem pão gratuito tem mais! No máximo alguma promoção, mas para isso temos que dar uma contrapartida, como sermos sócios de um clube, assinar alguma coisa, pagar isso ou aquilo, etc. Brincadeiras à parte, venho por esta postagem (que espero que alguém leia, além de mim e de Deus) comentar sobre a alienação que o futebol gera em nossas vidas, mas não apenas no aspecto político, mas geral. Segunda-feira, após uma noite curta de sono (afinal, buscamos prolongar ao máx...

Meu Avô

Esse texto escrevi há dez anos, poucos meses após o falecimento de meu amado avô, Roberto Jeolás Machado Guimarães. Foi o meu primeiro texto de relevância, e hoje venho cá publicá-lo. Meu avô era uma pessoa muito especial. Não conheço a população inteira do planeta, mas creio que ninguém era mais querido do que ele. Por favor, não pense que estou dizendo isto porque ele era o meu avô, mas porque eu percebia isso quando ele conversava com alguém qualquer. Quando as pessoas que o conheciam ficaram sabendo do seub falecimento, entraram em curto período de luto. Deixava o mundo o homem de personalidade mais forte, o mais batalhador, o melhor e maior pai que qualquer filho gostaria de ter, o marido mais dedicado e carinhoso que toda mulher sonha um dia ter, a pessoa cuja paciência era quase inesgotável, o ser que teve como maior inimigo durante sua vida o rancor, mas foi a força do perdão que o ajudara a deter esse sentimento maldito. Meu avô também era extremamente carinhoso com os netos...

Posição = polarização + fim da ilusão de "todos são legais"

A vida é um imenso aprendizado. Quando pensamos que já sabemos tudo, somos surpreendidos por situações que nos fazem quebrar a cara. Dentre tantas coisas complexas da vida estão os relacionamentos humanos. E não falo no sentido afetivo, mas meramente social. Quando eu era criança, até os meus dez ou doze anos, achava todo mundo legal. É evidente que havia algumas pessoas com quem eu tinha mais ou menos afinidade, mas o fato é que, até aquelas que considerava desafetos, se num dia eram chatas, mas nos dois seguintes eram legais, eu passava a vê-las como amigas ou "amigas em potencial", iludindo-me com o pensamento de que "até que ele(a) não é tão chato(a) assim...". Enfim, passadas algumas experiências desagradáveis na minha pré-adolescência, percebi que nem todos são nossos amigos e que não existe a possibilidade de todos serem nossos amigos. Até aí tudo bem. Nem todos são nossos amigos, mas isso não os torna inimigos. É possível conversar com as pessoas, cumprime...

Conversas de Elevador

É estranho nós pensarmos naquilo que falamos com estranhos ou pessoas com as quais não temos muita intimidade quando as encontramos. No Brasil, especificamente no mega-universo que é Porto Alegre, as "conversas de elevador" giram em torno de três assuntos: o tempo (no sentido climático da palavra), o tempo (no sentido temporal, mesmo) e futebol. Ah, e de vez em quando uma queixa sobre a vida, incluindo doença, dores e, claro, a "correria". Falar sobre o tempo, no sentido climático, é coisa típica de gaúcho. Talvez porque tenhamos as quatro estações em um mesmo dia, em várias épocas do ano. O fato é que, ao entrarmos num elevador e encontrarmos aquela pessoa com quem estudamos um mês da vida em um curso de revisão para o vestibular, não temos nada para compartilhar. Mas ela é conhecida nossa, e seria falta de educação nos mantermos calados, ainda mais em uma situação dessas, em que ficamos lado a lado por longos segundos. Assim, falamos: "esquentou, né?", ...
Esses tempos eu estava conversando com uma colega da faculdade, e ouvi todo o seu desabafo sobre o desgaste pelo qual passa em seu ambiente de trabalho. Essa minha colega é uma funcionária pública, e se lamuriava sobre a falta de solidariedade e sensibilidade existente no órgão no qual atuava. Entre uma palavra e outra, reclamações e lamentações sobre o maldito dia em que fora aprovada bem colocada naquele concurso. Eu, ouvindo, pouco tinha a dizer, a não ser um "siga em frente", "trabalhe e desligue-se", etc. É claro que minhas palavras não eram em nada reconfortantes, pois qualquer um poderia proferi-las e, aparentemente, soavam como superficiais e desinteressadas. Todavia, não são tão superficiais assim. Sou jovem e nunca trabalhei, no sentido legal do termo. Apenas estagiei (como ainda o faço), o que não deixa de ser uma forma de trabalho, afinal, o estagiário faz o mesmo que muitos funcionários, principalmente em órgãos públicos. De qualquer forma, a questão é...

Rancor

Esses dias eu estava pensando no quanto o rancor faz mal. Claro, isso é evidente. Aliás, a maior parte dos livros de auto-ajuda falam disso, Jesus fala disso! Realmente, existem poucos sentimentos que destroem mais do que esse. O rancor é como se tivéssemos, no lugar do coração, um ouriço, o qual vai destruindo o nosso corpo por dentro, estraçalhando a nossa alma. Suas afiadas extremidades se tornam ainda mais lacerantes quando a lembrança do fato que dera origem a essa doença vem à tona. É terrível: de repente, estamos lá, no passado, revivendo aquela mesma situação, detalhe por detalhe. Após a lembrança dos fatos exatamente como acontecidos (sem contar as deturpações da nossa mente parcial), vêm os questionamentos: "por que não respondi daquele jeito...", "eu deveria ter revidado aquele soco...", "eu não devia ter admitido que aquele chefe falasse assim comigo..."... e por aí vai. Esse "flashback" adaptado às nossas vontades é mais forte do qu...