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CORRAM PARA AS CATACUMBAS!

  “Aquele cujo nome não deve ser pronunciado”, e cujos adjetivos baseados em fatos nos é vedado utilizar, foi eleito presidente. Notícia perfeita para um amanhecer de Dia das Bruxas. Eleições limpas ou fraudulentas? Tenho minha opinião, mas ela pode ser equivocada, irrelevante, ofensiva, talvez até ilícita ou criminosa! Vai saber? Por isso me abstenho de falar qualquer coisa.   Pois esse é o aperitivo do que nos espera nos próximos anos. Se o grupo da estrela amarela sobreposta ao vermelho-sangue conseguiu judicialmente censurar indivíduos e veículos de comunicação sem sequer ocupar um lugar na Praça dos Três Poderes, receio muito pelo que virá agora que eles terão a cadeira presidencial.   A vedação à liberdade de expressão não é mais uma ameaça, mas uma realidade cujo aperitivo sentimos de maneira bruta na última quinzena de outubro, tudo sob a chancela da nossa Máxima Corte. Infelizmente, empresas como Jovem Pan, Brasil Paralelo, Gazeta do Povo e Revista Oeste serão sufocadas e,

O LUGAR ONDE PERTENCEMOS

  Muitos dos supostos sonhos que temos não são, na verdade, nossos, mas foram criados por elementos externos que o tempo todo nos iludem para que busquemos um lugar ao sol. Porém, será que já não o encontramos?   A resposta a essa pergunta é o segredo da verdadeira felicidade, e saberemos que ela foi honesta se feita com base na paz, satisfação e segurança a respeito daquilo que se está vivenciando.   Há paz quando percebemos que a vida é como deveria ser, não num sentido determinista, tampouco comodista, mas reconhecendo-se as consequências de escolhas, o que as guiaram e aquilo que se entende como valoroso.   A satisfação está na percepção de que os elementos que integram nossas existências, com suas agruras e conquistas, em um contexto de inevitável imperfeição, preenchem nossos espíritos em abundância. Embora sempre possa haver um “algo mais”, a satisfação está em justamente saber que os sacrifícios para obtê-lo simplesmente não valem a pena.   Por fim, sente-se seguro aque

FADADOS À EXTINÇÃO? NÃO HOJE.

  “Top Gun: Maverick” não é simplesmente excelente, mas se apresenta como uma aula de sabedoria. Isso é revelado logo no início da obra, quando o protagonista ouve de um superior, encenado por Ed Harris, que pessoas como Maverick estariam fadadas à extinção. O herói responde: “Pode ser. Mas não hoje”. A frase é proposital e provoca uma resistência que não se limita ao personagem interpretado por Tom Cruise, mas às virtudes que ele representa.   Por vezes, sentimo-nos agredidos por um mundo que promove supostas certezas claramente desconexas da verdade que testemunhamos e sentimos. Parece que, se não nos adaptarmos a ideias apresentadas como modernas, estaremos fadados à penúria, ao exílio ou, até mesmo, à morte. O filme, no entanto, nos lembra que, embora, de fato, talvez seja esse o nosso destino, resistir a isso é uma imposição das virtudes que nossos espíritos genuinamente demandam. Quais?   O filme responde: coragem, realismo, humildade, companheirismo, confiança, amor, perdão,

UM VOO MUITO MAIS ALTO DO QUE NOSSOS OLHOS VEEM

    A espera acabou e finalmente fui ao cinema assistir a “Top Gun: Maverick”, sem dúvidas um dos melhores filmes dos últimos tempos. Essa minha opinião não é novidade, afinal, uma rápida busca na internet já nos leva a ela, mas a grande questão é o que a torna grandiosa. Um expectador honesto sabe o que isso significa. Pense em uma história de ação e heroísmo realmente boa e você terá isso com maestria, das atuações aos efeitos especiais, do roteiro à trilha sonora, do respeito e tributo aos fãs ( fan service ) às novidades coerentes e, acima de tudo, das expectativas à superação delas, o que envolve a sensação de edificação ao sair da sala de cinema. Isso significa que, quando as luzes se acendem, sentimo-nos pessoas melhores e ávidas para compartilhar com o mundo as lições dessa obra-prima.   Não sou crítico de cinema, não vou me ater a detalhes técnicos, mas com certeza há momentos e frases do filme que merecem ressoar em nossas almas e que muito nos ensinam, e é por isso que i

UMA PESSOA QUE PENSAVA

  A grande maioria das pessoas não está mais pensando. Faltam indivíduos que, entre uma opinião e outra, reflitam sobre o que ocorre ao seu redor e, ainda que discordemos de suas palavras, possamos lê-las ou ouvi-las sabendo que foram elaboradas com honestidade, como parte de um hercúleo trabalho perpetuamente inacabado de busca pela verdade.   David Coimbra era uma pessoa que pensava e, como qualquer indivíduo genuinamente livre, convertia, pelo microfone ou a escrita, suas reflexões em palavras. No primeiro quesito, não era muito feliz, pois, desprovido daquele tempo necessário para uma reflexão ponderada, desenvolvia opiniões precipitadas, metia-se em debates constrangedores e largava algumas pérolas lamentáveis.   Já na escrita, sempre o admirei, ainda que muitas vezes dele discordasse porque, ao acompanhá-lo por tantos anos, percebia-se nele alguém que não vinha com uma opinião meramente pronta, mas construída a partir de muita reflexão e, o que é mais importante, claramente i

SOBRE ESCROTOS E BURROS

  O que é um “escroto”? Biologicamente sabemos, claro, mas a palavra, quando utilizada como ofensa, tem o sentido de dizer que alguém tem não só um caráter torpe, mas que o expressa publicamente de forma repugnante e vil. Um escroto é, em resumo, um babaca em uma potência elevada, que pisa nos outros com o simples intuito de fazer mal ao seu alvo a fim de se elevar, não em nome de algo virtuoso, mas dos seus interesses viciados e do seu ego corrompido.   Uma pessoa burra, por sua vez, é aquela que, por mais que se exponha à verdade e ao conhecimento, por mais que ouça os mais persuasivos argumentos, mantém-se inerte, empacada como o próprio animal que a homenageia, fazendo-o não com base em contra-argumentos, mas em uma resistência desprovida de lógica. O verdadeiro burro não é o que cognitivamente não entende a verdade, mas que se nega deliberadamente a enfrentá-la com argumentos a fim de demonstrar que a tal “verdade” que lhe é apresentada se trata, em sentido de contrário, de um e

AMOR PIRATA

  Se já é estranho opinar sobre relacionamentos alheios de pessoas próximas, então o que dizer de dois indivíduos completamente estranhos à nossa realidade e indubitavelmente excêntricos? No entanto, não há como silenciar quando somos diariamente bombardeados por notícias a respeito do caso Johnny Depp x Amber Heard. Se você é como eu era há alguns dias e não sabe nada a respeito do conflito entre o eterno Jack Sparrow de "Piratas do Caribe" e a princesa Mera de "Aquaman", lamento ser aquele que atiçará sua curiosidade. Apenas dê um “google”. Em resumo, é deprimente, e a pergunta que não quer calar é: quem tem razão?   Para a justiça, importa. Para nós, não. A lição, porém, está em como não deve ser um relacionamento conjugal. Por mais que os fatos venham à tona, por mais provas que ambos os lados possam produzir, não temos como saber exatamente como se dava a dinâmica do casal, mas, diante das consequências, dá para presumir que não eram nada saudáveis. O que con