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Postagens

Natal Despresepado

Hoje fui a um shopping e vi uma grande estrutura cheia de enfeites de natal. A tradicional praça do Papai Noel, tomada por pinheiros de natal, ursos polares, trens que levam a não-sei-onde, etc. Surpreendi-me com um presépio. Sim, senti-me surpreso, pois não tinha esperanças de encontrar a tradicional montagem cenográfica do nascimento de Jesus. Ora, mas não deveria ser o contrário? Não, e é sobre isso que hoje debruço-me sobre as teclas do computador. Dia desses eu assistia a um culto na igreja que frequento e, por ser tempo de natal, o pastor fez menção a algo óbvio, mas que merece ser falado cada vez mais: o capitalismo engoliu a data natalina. O Papai Noel, inspirado na figura real de São Nicolau, um religioso que, na época de Natal, ajudava os pobres, acabou sendo transformado na figura central dessa data e maquiavelicamente usado para instigar o espírito consumista por esses dias. Em vez dos pais ensinarem acerca da origem do feriado de Natal, a razão da data, preocupam-se simple

Exercício Virtual da Cidadania

Estou arrasado. Hoje à tarde ouvi pelo rádio uma terrível notícia, cujos detalhes conferi, em seguida, pela internet(http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Pol%EDtica&newsID=a3149633.xml): os deputados estaduais gaúchos aprovaram o aumento dos próprios salários em 73%. Isso significa que seus atuais vencimentos, que são de R$ 11,5 mil, ficarão fixados em R$ 20.042,34. Um adjetivo resume essa atitude: nojenta. E a população, protesta? Essa minha postagem é uma forma de protesto, mas como sei que ninguém vai lê-la, vale muito mais como um desabafo. Na página que indiquei, matéria da zerohora.com, há um comentário interessante: com a internet, muitos falam, há mais voz, a liberdade de expressão reina. No entanto, será que essa voz faz algum barulho? E será que a tal ampla liberdade de expressão tem algum poder? Acho, sinceramente, que não. Se os políticos não olham pela janela e veem aquela multidão pulsante, não terão motivos para arrepia

Um Partido Ainda Verde

Marina Silva e o PV foram coerentes e não apoiaram nem Serra nem Dilma. Todavia, na propaganda eleitoral de terça-feira, foi bizarro ver o Fernando Gabeira defendendo a candidatura de Serra, enquanto Gilberto Gil, a de Dilma. Vivemos numa democracia e não se pode proibir os políticos do partido A, B ou V a se manifestarem em favor de um candidato ou de outro, forçando-os à neutralidade pública. Contudo, trata-se de um erro político do PV que isso não tenha sido acertado internamente, pois enquanto a imagem do PV ganhava destaque com a neutralidade, pois coerente, encolhe com a "libertinagem opinativa" de seus membros. O que levou o PT ao poder e foi fortalecendo o partido durante os anos que antecederam a conquista do Brasil (sim, conquista, como demonstra a maioria de apoiadores nos estados e no congresso) foi a coerência de seus membros no campo das posições. O PT age quase sempre em bloco, e isso lhes conferiu certa identidade. Aqueles que resolveram dançar música di

Vale Tudo Eleitoral

Não mais me surpreendo com a sede pelo poder. Li há pouco que Dilma editou o seu programa de governo para esse segundo turno, dando maior atenção à defesa do meio ambiente e às liberdades religiosa e de imprensa. Nada como o risco de perder uma eleição e a coroa. O candidato José Serra, desde o início da campanha, já havia se manifestado sobre esses assuntos. Não vou afirmar que, ao manter suas posições iniciais, ele esteja sendo coerente, pois é possível que o posicionamento acerca desses temas tenha, desde o início, uma intenção eleitoreira. Todavia, nada mais eleitoreiro do que adaptar o programa de governo para o segundo turno das eleições apenas para conseguir apoio para se manter no poder. Política é assim mesmo: buscar a melhor forma de conciliar conflitos de interésses (o acento é proposital, lembrando o caudilho Brizola). Muitos dizem que na política os ideais e ideologias são prostituídos, mas o fato é que, se não houver negociações e concessões, restam dois caminhos: a corru

Pesquisas Eleitorais: um problema

Sou contra a divulgação dessas pesquisas. Verdadeiras ou não, elas influenciam, sim, o voto. Na verdade, essas pesquisas são verdadeiras, elas acontecem, mas é muito fácil manipulá-las. Ex.: faço uma pesquisa em cidades especificamente escolhidas por serem de maioria petista. É provável que a Dilma esteja na frente nessa pesquisa. Todavia, posso fazer a pesquisa em cidades-reduto do PSDB e o resultado será inverso. Depois, contribuem no que essas pesquisas? Sanar a nossa curiosidade? Isso é ridículo! É um fator que com certeza influencia o voto do povo. Dizer que a Dilma já é presidente por causa do resultado das pesquisas é a mesma coisa que dizer: "vou votar pra quê?". Sou contra a divulgação dessas pesquisas, ao menos em ano eleitoral, ou por um período mínimo anterior às eleições, como a partir do início oficial da campanha. Isso me lembra o debate Collor X Lula, em que, um dia depois de tal evento, quando houve a famosa edição do JN, foi divulgada uma esdrúxula pesquisa-

Quem é "fielzão" a Ricardo Teixeira se dá bem.

Nada de surpreendente no anúncio feito pela "comissão organizadora da copa de 2014" acerca do estádio que fará a abertura do evento. Ricardo Teixeira vetou o Morumbi por motivos "técnicos-financeiros", mas sempre disse que a abertura do evento teria que ser em São Paulo. O São Paulo FC apresentou seus projetos, mas todos foram reprovados. Todavia, o Corinthians ganhou a honra de sediar a abertura sem ter sequer mostrado à CBF o seu projeto, que só hoje veio à tona. Nada surpreendente, como dito antes, afinal, Andrés Sanchez é, no mínimo, "amiguinho" de Teixeira, o qual, por sua vez, é inimigo de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo e um dos responsáveis pela eleição de Fábio Koff, outro inimigo do presidente da CBF, ao Clube dos 13. Ou seja: a indicação do estádio imaginário do Corinthians sem a CBF sequer ter visto o respectivo projeto foi uma verdadeira punição ao presidente do São Paulo. Ainda quanto ao "fielzão", vale lembrar que o proje

Conservar o que é bom

O título acima não é nada convidativo, correto? Claro que não, ainda mais hoje em dia. Certa vez um amigo meu, cartunista, escreveu uma breve crônica dizendo que, na atualidade, somente o que é novo, de vanguarda, é considerado bom. Ele se referia especificamente ao aspecto artístico, mas isso vale para tudo. Hoje em dia, se alguém afirma que o homossexualismo, apesar de comum, não é normal, é praticamente queimado vivo; quem critica o aborto é visto como quem não se preocupa com a dignidade da mulher; aquele que tem religião é irracional; o que quer casar e ter filhos é visto depreciativamente como "antigo"; o que é contra a legalização das drogas é "careta". Poderia citar infinitos exemplos de preconceito com os conservadores, mas a idéia era apenas trazer os mencionados de modo que ilustrasse o meu pensamento. De fato, muitos têm uma ideia limitada de que "conservar" é manter tudo de ruim. Errado. Conservadorismo, por exemplo, seria isso: mantém TUDO ex