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QUE CAIAM TODOS! MAS NÃO HOUVE GOLPE

Hoje o Brasil amanheceu ao som de mais uma bomba na política: a divulgação de conversas telefônicas feitas entre Romero Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma Rousseff, e um aliado político que demonstram sua intenção de não apenas derrubar a presidente então em exercício, mas de “estancar a sangria desatada” pela Operação Lava Jato e que tende a atingir os altos escalões de Brasília, independentemente dos lados. Muitos que sempre consideraram o impeachment um “golpe” estão vibrando com a notícia, como se ela representasse a prova cabal de que estavam certos e de que a queda de Dilma seria uma afronta à Constituição. Entretanto, ainda que o combustível para o impeachment seja político e escuso, há base legal e constitucional para o seu processamento e procedência. De fato, todo processo de impeachment tem motivações políticas. É um processo político em si, e não penal ou administrativo. Ninguém é inocente ao pensar que a turma do Temer era “honesta” e “bem intencionada”

AMOR AO PRÓXIMO E HIPOCRISIA

Todos são imperfeitos e, em certa medida, contraditórios. Ninguém consegue agir totalmente de acordo com as suas palavras, sendo fato que, em dado momento, qualquer um tropeçará e fará algo que vá contra aquilo em que acredita. A natureza humana é falha, pecadora, e é por isso que sempre podemos, enquanto vivermos, recomeçar. No entanto, não podemos confundir imperfeição com hipocrisia. A hipocrisia é premeditada, maquiavélica, e tem um uso específico com um fim bem delineado. É o retrato da falsidade do ser humano, levando este a conscientemente aparentar algo, embora, sem nenhum pudor, pense ou aja de outra maneira. Para o hipócrita, o que vale é ser visto como um virtuoso, não sendo necessário assim sê-lo. O hipócrita quer ser querido, amável, sendo invariavelmente um camaleão que se adapta às pessoas e situações. Não há rocha que o firme em algum princípio real e verdadeiro. O importante é ele ser visto como um exemplo, uma boa pessoa, que apareça e que represente a perfeiçã

DECEPÇÃO E SUPERAÇÃO

O ser humano é uma criatura munida de crenças e ambições, cuja vida é voltada para o sucesso destas sob os princípios daquelas. O fracasso é a falha de um desses pontos, gerando um doloroso sentimento: a decepção. Entretanto, é preciso analisar os dois lados desse "mal" com o qual todos se deparam em diferentes épocas de suas vidas. Todos criamos alguma imagem de tudo, a qual nos guia em cada passo na vida. porém, quando alguma dessas imagens se despedaça, somos tomados por uma profunda aflição, a qual, em princípio, parece nos revelar que tudo em que acreditamos é falso. Contudo, as decepções não podem ser encaradas como derrotas definitivas das nossas crenças, mas sim como uma grande oportunidade, visando a encontrar os reais problemas que cercam nossas ideias e visão de mundo. As desilusões nos cercam no dia-a-dia. Mesmo sem intenção, acreditamos em certos princípios ou pessoas de tal forma, que não enxergamos suas falhas. Tomemos, como exemplo, os "socialistas ro

DESPEDIDAS: TEMPO DE RECONSTRUÇÃO

Lágrimas de saudades ou tempo de reconstruir? Eis a ambiguidade sentimental complexa na qual está inserida a despedida. Embora cada indivíduo encare de maneira diversa tal momento, é preciso analisar qual o melhor caminho a ser escolhido pelo ser humano após se dizer adeus. Tudo na vida possui ascensão, apogeu e declínio. Citemos, primeiramente, um exemplo banal de um casal de namorados: eles se conhecem e vão descobrindo um ao outro (ascensão), têm um auge sentimental (apogeu), no qual são ditas palavras adocicadas acompanhadas de atos do gênero, mas muitas vezes, por diversos motivos, a relação entra em crise (declínio) culminando ou no seu fim ou no início de uma nova fase, um período de transformação e restauração. Partindo da premissa do fim de um relacionamento, a parte que ainda gosta da outra remoer-se-á de saudades, sofrendo com a despedida. Entretanto, é preciso superar essa dor inicial com a expectativa e a esperança de um futuro mais feliz, privados dos erros cometidos

ACROBAT

If we do any research on the internet we can find lots of books and websites that talk about the meaning of dreams and what our mind or any supernatural force wants to tell us while we sleep. Well, I don’t think every dream is a message, of course. I really don’t believe in it. Most of what we see during the rest of our eyelids are intelligent stories written by our subconscious, which uses as raw material a mix of unconnected information. However, it is important to say that some dreams are truly revelation. Saturday night I had a curious dream. I was back to my childhood, conducted by a driver in a school bus (which, for years, brought me back home from school), with another kids, to somewhere that I don’t know. I was seated on one of the first benches next to the driver and there was a song being played on the radio. A song that I like very much, but, although created by a famous rock band: “Acrobat”, from U2. I am an U2 fan, and “Acrobat” is one of my favorite hymns from t

VENTOSO E EU

                        Ontem foi um dia triste. Ventoso, meu cão (e da minha família) faleceu, e hoje despertei com uma saudade doída. Por isso, resolvi escrever uma singela homenagem, que espero que seja mais do que um obituário. Pastor Alemão sempre foi a raça de cães que mais interesse gerou no meu pai. Meus pais, assim que vieram morar em Porto Alegre , em meados dos anos 80, tiveram uma (a Miusha), mas porque minha mãe estava grávida, quase me colocando no mundo, resolveram tirá-la da casa em que viviam (passou a cuidar do estabelecimento comercial de meu pai). Pouco depois, se não me engano, fugiu, e eles nunca mais a viram. Na verdade, acreditam que cachorra tenha sido adotada pelo Tio Chico, nosso professor de natação que mantinha uma escolinha no bairro Assunção. Lá havia uma cadela Pastor Alemão que fora encontrada na rua e que era, segundo eles, igual à Miusha, mas certeza mesmo, não havia. Existiam muitos cães parecidos a ela, que não era dotada de nenhuma

PAPELÃO

      Ontem, depois do desastrado anúncio de um plebiscito para aprovar a convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva, a presidente Dilma, diante do massacre de críticas de todos os lados, recuou. Ponto para a democracia, a cidadania e às instituições, que, apesar dos pesares, ainda são fortes o suficiente para evitar medidas arbitrárias do Poder Executivo.       Ayres Britto, Ministro aposentado do STF, disse que Dilma tinha boas intenções no seu anúncio, mas que foi mal assessorada. A conclusão que tiro de toda essa situação é a seguinte: Dilma é apenas um instrumento, porque as verdadeiras intenções, os reais mentores, estão por trás. O oportunismo do momento em que tentaram a medida, ainda mais pelo meio anunciado (via plebiscito), visou à mobilização das massas em seu favor, mas isso não aconteceu, justamente porque o anseio não é por uma nova Constituição, mas pela efetivação do disposto na que temos. São medidas executivas, práticas, que precisam ser tomadas no âmbito