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O SIGNIFICADO DO "SIM"

  O que significa o “sim” pronunciado diante do altar? Eis uma pergunta aparentemente banal, afinal, só pode querer dizer q ue a noiv a e o noiv o se aceitam como e sposa e espos o , certo? Errado! O “sim” é muito mais profundo e dizê-lo é mais do que uma concordância, mas um juramento. C asar não é dar um mero passo adiante no relacionamento, mas a necessária aceitação de uma palavra que se fará presente em todo o matrimônio, e no bom sentido: sacrifício. A ideia de sacrifício est á diretamente relacionada à de doação, ou seja, a de ofertar sem nada esperar em troca, em que ambos, gratuitamente, abrem mão de algo todos os dias . Ao natural, estabelece-se uma harmonia que virá não com a anulação de um em relação às vontades do outro, mas na forma transparente, franca e espontânea como isso se d ará , inclusive para aparar arestas nessa jornada. E o amor se revela justamente na capacidade mútua de doação num casamento. Trata-se de um processo sutil, longo e que requer paciê

UMA CONHECIDA FÁBULA SOBRE HOJE

  A forma como as pessoas replicam notícias n o embalo do narrado pela maioria, sem atentar p ara os fatos em si, me assusta e sempre me lembra da infância. S entado no chão, pernas cruzadas e queixo apoiado sobre as mãos cerradas, eu esperav a ansioso pela hora da leitura na biblioteca Monteiro Lobato, na Escola Mãe de Deus . A professora sentou-se em frente às crianças e abriu o pequeno livro. Uma fábula conhecida seria narrada e n unca imaginei que aquele dia me marcaria para sempre. Era a história de uma ovelhinha inocente. Ela seguia naturalmente o curso de sua vida: pastava, balia e esparrama bolinhas ejetadas de suas entranhas pelo campo, ciente de que seu destino seria um açougue ou a indústria têxtil. Não que ela almejasse isso, mas aceitava, afinal, assim era a vida. Um dia ela terminaria, e a ovelhinha sempre procurou aproveitar da melhor forma os dias em que caminhava sobre seus verdejantes campos. Um dia, porém, observou, de longe, várias ovelhas que repetiam o que

LANÇAMENTO DO LIVRO "EU, HEIN?"

Dia 26/11, às 19h30min, em facebook.com/oficinasantasede/, será o lançamento da coletânea de crônicas "Eu, hein?". Participo com 9 crônicas inéditas (não estão publicadas no blog), cada uma com um estilo e uma temática diferente. Há crônicas do tipo paródia, artigo, resenha, conto, prosa poética, entre outras. Além de mim, participam outros 8 autores, todos de primeira qualidade, totalizando 81 crônicas formidáveis. Nosso padrinho é o Mário Corso, cronista de Zero Hora, que escreveu a orelha da obra. O trabalho foi orientado e organizado pelo premiado Rubem Penz , grande cronista de Porto Alegre, que, com sua oficina literária Santa Sede (@oficinasantasede ), já promoveu diversos autores e obras. "Eu, hein?" é a décima primeira coletânea (ou "safra") da antologia "Santa Sede", um sucesso desde 2010. O lançamento se dará virtualmente em razão da pandemia, mas, assim que possível, haverá uma festa para que possamos celebrar juntos e tranquil

OS CUCOS

  O velho O smar há pouco abrira as portas de sua loja de decorações rústicas quando viu se aproximar um homem mascarado como todos os outros. O rapaz lhe  perguntou: “Então, é assim?”. O smar não entendeu a pergunta, mas a chegada hostil da pessoa o fez pensar s er um assalto. “Eu...não tenho…”, tentava responder, confuso, mas foi interrompido: “Ou você f az alguma coisa, ou vai pagar por isso”. O indivíduo deu-lhe as costas, atravessou novamente a rua e sumiu na esquina. O dono da loja ficou perturbado. Sim, fora ameaçado, mas não tinha a mínima ideia pelo quê. Foi quando olhou para a esquerda e percebeu outras três pessoas que iam na sua direção. Uma delas portava um porrete. Seus passos apressados impediram o senhor de escapar. Já estava envolvido pelos três. O do porrete o cutucava nas costas e comentava em seu ouvido: “M achista ! M achista de merda!”. Confuso e temeroso, O smar não entendia a razão das ofensas , e foi quando uma outra integrante do trio o encarou e

UM PASSO DE FÉ

  Todos temos inseguranças e incertezas na vida. Todos passamos por situações em que, ou permanecemos parados, como se tivéssemos sido congelados por uma tempestade noturna de neve, ou fugimos, temerosos de que, se um passo a mais for dado, seremos devorados por uma besta ocultada pelas sombras. Uma besta que achamos que está lá, mesmo sem vê-la. A questão é: quem incute esses medos em nossos espíritos? Na maioria das vezes, a resposta é a mais simples de todas: nós mesmos. Não há maior inimigo das nossas vitórias do que o nosso "EU" medroso. Não estou falando do bom e velho Grilo Falante que reside em nossos corações, sempre disposto a sopesar com prudência nossas decisões. Refiro-me ao oposto da coragem. O medo é isso. É abraçar a escuridão em vez de procurar uma lanterna, uma tocha ou, na sua ausência, seguir adiante tateando as paredes. É nos convencermos, em frente ao espelho, de que a ponte na qual sempre acreditamos não mais está lá, ou que o que nos espera do outro

VEM AÍ A "ERA MUSSUM"

  O Colégio Franco-Brasileiro, de Recife (PE), anunciou que adotar á  a linguagem neutra a fim de combater o sexismo, o machismo  e  o preconceito àqueles que não se sintam confortáveis com a visão binária de gênero .  Assim, palavras “masculinas” e “femininas” que terminam com “O(S)” ou “A(S)” passariam a terminar com “E(S)”, como, por exemplo, “obrigade”, “menines” etc. E m 1984 , G eorge Orwell apresenta uma nação totalitária q ue possuía q uatro ministérios, mas um merece especial destaque, considerando a notícia acima. O Ministério da Verdade adulterava notícias e fatos históricos , conforme a conveniência do momento, o que envolvia a adaptação da própria língua a tais interesses (a “novilíngua”), eliminando-se ou condensando-se palavras a fim de limitar significados, evitar reflexões desnecessárias ou gerar uma dissonância cognitiva proposital (exemplo: cor “pretobranco”). Orwell acertou na mosca em sua percepção acerca do que envolve uma visão política e cultural tota

SOMOS PASSAGEIROS

O gancho da crônica de hoje vem do lado vermelho de Porto Alegre. Claro que não falo de foice e martelo, nem de estrelinha amarela, mas do Inter. Sim, sou gremista e, ainda assim, meto meu bedelho no assunto em voga do coirmão: a demissão de Eduardo Coudet. Uma demissão que tem muita relevância para as nossas vidas, pois provoca a seguinte reflexão: se somos meros hóspedes, meros inquilinos, meros passageiros, o que deixamos para os próximos? Eduardo Coudet foi contratado pelo Internacional que, nele, via um grande treinador sul-americano em ascensão, com boas ideias de futebol e capaz de criar uma nova cultura tática no Beira-Rio. Como se vê de seu desempenho médio à frente da equipe, com exceção de sua alergia a Gre-Nal (foram seis clássicos e nenhuma vitória contra o Grêmio - não estou de zoeira, é só informação...), o argentino de fato se mostrou competente e deixa o colorado na liderança isolada do dificílimo Campeonato Brasileiro. Entretanto, ele também deixa para trás Musto, Lea