Pular para o conteúdo principal

O SIGNIFICADO DO "SIM"

 


O que significa o “sim” pronunciado diante do altar? Eis uma pergunta aparentemente banal, afinal, só pode querer dizer que a noiva e o noivo se aceitam como esposa e esposo, certo? Errado! O “sim” é muito mais profundo e dizê-lo é mais do que uma concordância, mas um juramento. Casar não é dar um mero passo adiante no relacionamento, mas a necessária aceitação de uma palavra que se fará presente em todo o matrimônio, e no bom sentido: sacrifício.

A ideia de sacrifício está diretamente relacionada à de doação, ou seja, a de ofertar sem nada esperar em troca, em que ambos, gratuitamente, abrem mão de algo todos os dias. Ao natural, estabelece-se uma harmonia que virá não com a anulação de um em relação às vontades do outro, mas na forma transparente, franca e espontânea como isso se dará, inclusive para aparar arestas nessa jornada. E o amor se revela justamente na capacidade mútua de doação num casamento. Trata-se de um processo sutil, longo e que requer paciência, mas os frutos começam a crescer ao nosso redor sem que percebamos e, então, nos deparamos em meio a um imenso pomar que, na crise, nos amparará com sombra diante do sol escaldante, alimento na fome, abrigo no frio, perfume quando predominar o cheiro da amargura, canto dos pássaros no silêncio da incerteza.

Dizer “sim” diante do altar é aceitar essa verdade, uma verdade que frutifica, mas que precisa de uma terra fértil: a fé em Deus, a rocha que mantém erguida a casa durante as tempestades. Mesmo assim, Deus só será visto e sentido se houver amor, não apenas o carinho, o aconchego, a parceria e o calor físico e erótico, todos imprescindíveis, mas aquele amor que vai além, que é sacrifício e doação.

Enfim, é o amor da clássica promessa, que empresta um sorriso mesmo na tristeza e não só na alegria; que sobrevive à doença e não apenas goza da saúde; que resiste à pobreza e não usufrui somente da riqueza. Um amor fiel e que busca, com todas as forças, ser eterno até a inevitável separação física pela morte. Dizer “sim” não é cogitar o fracasso dizendo “que seja eterno enquanto dure, mas assumir a responsabilidade de lutar, todos os dias, para que o amor declarado diante do altar a Deus, ao mundo e ao cônjuge dure até a eternidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dica de Tiras - High School Comics

Essa tira foi desenhad a por um amigo meu, Rodrigo Chaves, o qual realizou tal trabalho em parceria com outro artista, Cláudio Patto. Acho simplesmente excelente essa série de tiras chamada "High Shool Comics", que trata do cotidiano da vida escolar, sempre com bom humor. Mereceria aparecer todos os dias nos jornais, sem dúvida. Se a visualização não ficou boa, cliquem na imagem. Querem ver mais? Então acessem: http://contratemposmodernos.blogspot.com .

COMO É BOM TE BEIJAR

Como é bom te beijar, pois, ao fazê-lo, percebo como foi sábio ter me dirigido a ti assim que te vi, ter mentido que gostava de Chico só pra ficar contigo, depois te namorar pra, finalmente, casar. Quanto mais longe fica aquela noite, mais próxima de hoje ela está, mais presente que a notícia mais recente e mais bela do que uma florescente manhã de primavera. Como é bom te beijar. Teus lábios aconchegantes foram e são a chave para o que é mais precioso: o amor que temos um pelo outro, que fazemos um com o outro e que geraram as riquezas mais valiosas do que a soma de todo o ouro encontrado em toda a história: a Amélia e a Glória. Como é bom te beijar. A cada vez que trocamos sabores, algo muda em mim, um começo que me conduz a outro, nunca a um fim, afinal, depois do nosso "sim" dito no altar, juramos para sempre lado a lado caminhar. A estrada foi e sempre dura será, mas ela também  sempre trouxe muita beleza entre algumas tristezas, e assim seguirá, com a certeza de que Deu

NOITE FELIZ FORA DAS TRINCHEIRAS

    Entre tantos horrores e traumas, aconteceu na Primeira Guerra Mundial um evento isolado, mas absurdamente insólito e inspirador. Um fato tão bizarro quanto lindo, e não seria exagero dizer que se tratou de um verdadeiro milagre de natal, talvez o maior deles desde o próprio nascimento de Cristo.   A conhecida “Trégua de Natal de 1914” ocorreu em diferentes partes do front de batalha, e um dos seus mais famosos armistícios se deu nos arredores de Ypres na Bélgica, quando, na noite de natal, alemães decoraram suas trincheiras com pinheiros enfeitados e começaram a cantar, ao que os adversários, no lado oposto, responderam, com suas músicas. Por vezes, uniam suas canções às do “inimigo”, mas cada um no seu idioma. A melodia foi o convite para a paz e, assim, ambas as forças baixaram suas armas e se uniram para lembrar o nascimento de Cristo, com direito a comida, bebida, louvores e missa ecumênica celebrada simultaneamente por um padre escocês para britânicos, franceses e alemães.